PORTUGAL Voluntariado: 900 portugueses envolvidos em projetos de voluntariado
PORTUGAL
Voluntariado: 900 portugueses envolvidos em
projetos de voluntariado
Catarina António
276 pessoas preparam-se para partir em missão e 624 voluntários
ficam em Portugal
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Lisboa, 24 jul 2015 (Ecclesia)
A Fundação Fé e Cooperação
dinamiza a Rede de Voluntariado Missionário, composta por 61 entidades, que
este ano mobiliza 900 portugueses que concretizam projetos em diferentes áreas
de ação e realidades, depois de um programa de formação comum.
“Constatamos uma diminuição em relação ao ano anterior do número
de pessoas que parte em missão ad gentes. As razões podem ser variadas, mas uma
delas prende-se com o facto de não termos os dados de todas as 61 entidades que
integram a rede de voluntariado”, explica Catarina António, da Fundação Fé e
Cooperação (FEC).
Na mais recente edição do Semanário digital ECCLESIA, a gestora de projetos
comenta que a diminuição de candidatos pode estar relacionada com o “momento”
que o país atravessa.
“Chega a ser cliché falar da crise económica, mas a verdade é que
para partir é preciso meios financeiros. Os voluntários pagam as viagens e nem
todos têm a capacidade de largar o que têm e investir num projeto ad gentes”,
desenvolve.
Dos 900 portugueses que estão envolvidos em ações missionárias
este ano, 276 preparam-se para partir em missão e 624 voluntários vão
participar em projeto em Portugal, com 44 entidades.
“São essencialmente atividades de animação sociocultural,
trabalho pastoral, junto de jovens e crianças, também imigrantes e idosos”
através de uma ação mais continuada, semanalmente, mensalmente.
Deste número a “grande maioria” são estudantes, entre os 18 e os
30 anos, outros aproveitam as férias e há ainda casos de quem deixe o emprego
para partir em missão: “Registamos oito casos este ano em projeto de curta ou
longa duração.”
Catarina António não sabe se existem garantias que estes
voluntários missionários vão recuperar o posto de trabalho quando regressarem
mas destaca a entrega “à missão e a Deus”, vão na “crença de que é uma
experiência gratuita e que Deus providenciará”.
Os países de destino são maioritariamente de língua e expressão
portuguesa, como Moçambique, Cabo Verde, Angola, São Tomé e Príncipe, Brasil e
Guiné-Bissau mas em 2015 a FEC registou a partida de voluntários para a Bolívia
e Perú.
“Vão-se descobrindo novas necessidades, são projetos que estão em
curso onde os voluntários se integram. Há um levantamento prévio que as
organizações fazem e consoante as necessidades os voluntários são canalizados
para essas atividades nessas missões”, revela a gestora de projetos da Fundação
Fé e Cooperação.
Segundo a entrevistada, as áreas de ação no terreno são
“essencialmente” a educação e a formação, há ainda muito trabalho pastoral e
“cada vez mais” existe a disponibilidade de pessoas da “área da saúde”.
Quando partem os voluntários missionários inserem-se em projetos
que já estão em curso porque “não faz sentido” que um projeto de 15 dia ou um
mês seja “gerado um novo sem ser integrado numa realidade”.
“São voluntários que vão integrados em grupos específicos que têm
contacto com a realidade e que fazem o projeto tendo em conta as realidades
locais”.
A responsável, pela sua experiência pessoal, revela ainda que
“concorda em pleno” com o “chavão” que os missionários recebem “muito mais” do
que deram e voltam “transformados”.
“Isso é transversal ao longo dos anos que a Rede acompanha esta
realidade. Transformado não se limita a uma dimensão de uma nova experiência
que teve, volta transformado no seu dia-a-dia nos gestos e momentos”, conta
Catarina António, que depois de um projeto de curta duração em Moçambique foi
com a Juventude Hospitaleira para Timor-Leste, durante dois anos, e um para o
Brasil.
PR/CB
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