BORBA/acorrer família das vítimas Presidente da República pede ao Governo para «acorrer» à situação das famílias das vítimas
BORBA/acorrer família das vítimas
Presidente da
República pede ao Governo para «acorrer» à situação das famílias das vítimas
Dez 8, 2018 - 19:54 Ecclesia
Marcelo Revelo de Sousa disse
que cabe à administração pública assumir as consequências do funcionamento de
um serviço público de comunicações
Foto Lusa |
Vila Viçosa, 08 dez
2018 (Ecclesia) – O presidente da República encontrou-se hoje com familiares
das vítimas do acidente de Borba e disse à Agência ECCLESIA que o Governo tem
de assumir as responsabilidades pelas consequências do funcionamento de “um
serviço público de comunicações”.
“O senhor
primeiro-ministro e o Governo são os primeiros, num sentido humanista da
realidade, a compreenderem que uma vez terminado o prazo do inquérito que foi
determinado, que está a acabar, certamente saberão pôr de pé um sistema que
permita acorrer à situação destas famílias”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O presidente da
República lembrou que as famílias das vítimas estão, “todas elas em situação
difícil”, e afirmou que não se pode esperar pela “repartição de
responsabilidade para acorrer àquilo que é um imperativo de justiça”.
Marcelo Rebelo de
Sousa defende que a administração pública portuguesa tem de assumir uma
“responsabilidade óbvia pelo que de dramaticamente anómalo houve no
funcionamento de um serviço publico de comunicações”, “deixando para o futuro a
repartição de responsabilidade”.
No “longo encontro”
com os familiares da vítimas, que o presidente da República disse que “queria
muito” e que aconteceu na presença do arcebispo de Évora, D. Francisco Senra,
Marcelo Rebelo de Sousa quis inteirar-se da “longa dor” dos que perderam algum
elemento da família na sequência do desabamento da estrada nacional 255, no dia
19 de novembro, que atravessava uma pedreira, em Borba.
O presidente da
República referiu que, na primeira parte, o encontro permitiu uma “abertura de
alma”, deixando “transparecer a dor vivida no passado recente, a dor pela
angústia por saber se os desaparecidos estavam mortos ou não, uma dor longa,
uma dor do convívio com a morte”.
Um outro momento do
encontro “teve a ver com a vida”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, porque
“a morte traz consigo um apelo àqueles que ficam que é o de olharem para o
futuro e recomeçarem o seu percurso”.
O presidente da
República participou hoje e na noite de sexta-feira, em Vila Viçosa, nas
celebrações da Imaculada Conceição, Padroeira de Portugal, afirmando que é uma
“celebração da História de Portugal, do presente e virada para o futuro”.
Marcelo Rebelo de
Sousa sublinhou que em causa estão convicções com muito significado para o
“povo católico português” e que, no contexto de liberdade religiosa, cabe às
instituições públicas “deixar exercer a liberdade religiosa”.
“A liberdade religiosa,
consagrada na Constituição, é liberdade de culto e é liberdade de vivência da
própria fé. Faz parte da fé do povo católico português uma realidade como esta.
Respeitá-la, saber apreender o seu significado é exercer a liberdade religiosa
e é deixar exercer a liberdade religiosa”, considerou o presidente da
República”.
A ligação entre
Portugal e a Imaculada Conceição ganhou destaque em 1385, quando as tropas
comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os
seus aliados, na batalha de Aljubarrota.
Em honra a esta
vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em
Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.
João IV, atento a uma
religiosidade que também já envolveu a construção de monumentos como o Mosteiro
da Batalha, o Convento do Carmo e o Mosteiro da Conceição, coroou a Imagem de
Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal
durante as cortes de 1646.
PR
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