DIREITOS HUMANOS Papa critica persistência de «formas de injustiça» e pede superação de modelos baseados no lucro
DIREITOS HUMANOS
Papa critica persistência de
«formas de injustiça» e pede superação de modelos baseados no lucro
Dez 10, 2018 - 12:30 Ecclesia
Francisco associa-se a congresso que assinala 70.º aniversário da
Declaração Universal
O Papa associou-se hoje ao
70.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, criticando a
persistência de “formas de injustiça”, que considera consequência de modelos
baseados apenas no lucro.
“Hoje persistem no mundo várias formas de injustiça, alimentadas por visões
antropológicas redutoras e por um modelo económico baseado no lucro, que não
hesita em explorar, descartar e até matar o ser humano”, assinala Francisco,
numa mensagem aos participantes da Conferência Internacional “Os direitos
humanos no mundo atual: conquistas, omissões e negações” na Universidade
Gregoriana, em Roma.
O texto realça que, “enquanto uma parte da humanidade vive na riqueza”,
outra parte “vê a sua própria dignidade renegada, desprezada ou pisada e os
seus direitos fundamentais ignorados ou violados”.
O encontro, promovido pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento
Humano Integral (Santa Sé), realiza-se por ocasião dos 70 anos da Declaração
Universal dos Direitos Humanos, celebrados nesta segunda-feira, e pelo 25.º
aniversário da Declaração e Programa de Ação de Viena para a tutela dos
Direitos Humanos no mundo.
Francisco assinala estes “aniversários significativos”, que considera propícios
para uma “reflexão profunda” sobre o fundamento e o respeito dos Direitos
Humanos no mundo atual.
Penso nos nascituros aos quais são negados o direito
de vir ao mundo, naqueles que não têm acesso aos meios indispensáveis para uma
vida digna, nos que são excluídos de uma educação adequada, naqueles que são
injustamente privados do trabalho ou forçados a trabalhar como escravos, nos
que são detidos em condições desumanas, nos que sofrem torturas ou não têm a
possibilidade de se redimir, nas vítimas de desaparecimentos forçados e nas
suas famílias”.
O Papa recorda também as pessoas “que vivem num clima dominado por suspeita
e desprezo, que são alvos de intolerância, discriminação e violência” por causa
da sua raça, nacionalidade ou credo.
OC
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