NATAL/Aveiro MENSAGEM DE NATAL 2018 Era peregrino e recolhestes-me (Mt 25,35)
NATAL/Aveiro
MENSAGEM DE NATAL 2018
Era peregrino e recolhestes-me
(Mt 25,35)
Fonte: Ecclesia
Fonte: Ecclesia
Em cada Natal, Deus chega muito perto de nós. Continua a dizer-nos que
deseja entrar na nossa casa e ficar connosco.
Numa noite fria, eis que numa
pobre manjedoura, pois já não havia lugar para Ele na hospedaria, nasceu aquele que havia de permanecer
connosco: ”O Verbo fez-se carne e habitou
entre nós” (Jo 1,14).
O Natal significa que Jesus, o
Filho de Deus, nasceu, e que com Ele se revelou o infinito amor de Deus: O Menino que vemos deitado na manjedoura é
Deus feito homem, e que partilha a nossa condição humana.
A nossa diocese de Aveiro está
a viver, neste ano pastoral, o tema “A vocação batismal, caminho de santidade”. Pelo
Batismo, Deus encarna em cada um de nós.
O Natal convida-nos a
descobrir, hoje, os sinais da presença do Filho de Deus que habita no coração
de cada ser humano. Quando Jesus veio ao mundo, trouxe do Céu o amor de Deus.
Pois
Deus não enviou o Filho ao
mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele (Jo 3,16-17).
É Natal quando nós morremos com Cristo e ressuscitamos com Ele.
No passado mês de setembro, na
carta pastoral, apelei a que nos abríssemos à vida como um dom que vem de Deus.
Não pode haver Natal sem o encontro pessoal com a Pessoa de Jesus.
Se não nos deixamos surpreender por Jesus é porque lhe fechamos a porta. Demos-lhe, pois, um lugar na nossa vida.
Perguntemo-nos como é que vai encontrar a nossa porta neste Natal.
Jesus nasce e faz-se esperança para a Humanidade.
Começa por nos dar no Presépio
um exemplo de humildade.
Na nossa fragilidade e limitação, na vida concreta do dia-a-dia, no
trabalho, no lazer, na escuta e no silêncio, na oração, na pobreza e na
riqueza, em todos os lugares, em todas as dimensões da vida podemos pôr em
prática a cultura da solidariedade e da misericórdia.
O Menino Deus participa da festa onde as
pessoas se amam, se respeitam e se perdoam, pois Ele não pode permanecer em lugares onde não há acolhimento.
Contagiados pelo seu
amor, tenhamos mais compaixão ao olharmos os nossos próximos mais
próximos, a nossa família, as pessoas que estão sempre ao nosso lado quando
necessário, e que saibamos compreender e acolher os que vêm ao nosso encontro.
Se pretendemos celebrar o verdadeiro Natal, temos de nos deixar
interpelar pelo outro, principalmente os que vivem em sofrimento.
O nosso olhar volta-se, nesta
quadra natalícia, para os migrantes a viver situações que, em alguns casos,
roça a ilegalidade e noutros casos estão a viver situações muito vulneráveis
para si e suas famílias. Muitas vezes, porque ilegais, incapazes de exercerem
uma atividade profissional, de terem acesso a rendimentos financeiros, à saúde,
à educação e outros serviços. Concretamente, em relação aos nossos irmãos vindos da Venezuela, somos devedores pelo seu
valioso contributo partilhado anteriormente com tantas paróquias e centros
sociais da nossa Diocese.
O amor de Deus manifesta-se
nesta quadra através daqueles que estão ligados às nossas vidas. Convido-vos a deixar entrar Jesus na vossa vida, a ser
sinais dele nas nossas famílias e comunidades, vivendo o batismo, o nosso ser
cristão, como um novo nascimento de Jesus no nosso coração e no coração da
humanidade. Despertemos o nosso sentido de generosidade e gratidão com aqueles
que vêm até nós.
A todos desejo um santo e
feliz Natal, um ano novo repleto da alegria e permanência do Natal.
Aveiro, 11 de dezembro 2018.
O vosso amigo, † António
Manuel Moiteiro Ramos, Bispo de Aveiro
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