PORTUGAL O país necessita da nossa atenção. Sem perder tempo.


PORTUGAL
O país necessita da nossa atenção. Sem perder tempo.

José Manuel Fernandes 










Caro leitor,
Este domingo um amigo enviou-me bem cedo este SMS: “É um prazer um assinante do Observador (eu) acordar às oito e tal da manhã e encontrar a história do helicóptero já tão bem contada e com tantos detalhes. É um trabalho extraordinário.” É verdade, assino por baixo. O que Sara Antunes de Oliveira nos conta em Heli do INEM. Passaram duas horas entre o primeiro alerta e a operação de socorro. Porquê? é um exemplo do que o jornalismo deve ser, do jornalismo que faz a diferença que queremos fazer no Observador, do jornalismo que nos obriga a ser mais exigentes todos os dias – com o que fazemos por causa do Portugal que somos.
Já tinha pensado escrever-vos antes do Natal, a todos os que subscrevem pelo menos uma das newsletters do Observador, não apenas para vos desejar Boas Festas, mas para lembrar que esta é uma boa altura de se tornarem (os que ainda não são) assinantes do Observador, ou então de oferecerem uma assinatura a um familiar ou a um amigo neste Natal.
Este despertar de domingo levou-me a antecipar esta mensagem.
Com a boa razão que me deu o inquérito que fizemos ao acidente do helicóptero, mas com um monte de outras boas razões dos últimos dias. Boas razões do tal jornalismo que faz a diferença, porque faz por ser diferente, sem complexos e com frontalidade. Lembra-se desta semana ter ouvido na quarta-feira a ministra da Saúde anunciar que a PPP do Hospital de Braga provavelmente ia acabar? Estranhou sabendo que aquele hospital é o que regista os melhores indicadores de cuidados clínicos e a sua fórmula de gestão poupa dinheiro ao SNS? Pois ontem, sábado, Carolina Branco já tinha ido investigar o que se passava e contava-lhe tudo em As razões para o fim da PPP do Hospital de Braga, o melhor do país
Sabe que os enfermeiros estão em greve e já ouviu todo o tipo de declarações sobre a sua forma de luta, que escapa à tutela dos velhos sindicatos e tem uma duração rara em Portugal. Mas ninguém lhe contou como foi tudo planeado de forma cirúrgica com o mesmo detalhe de Vera Novais em Porque é que a greve dos enfermeiros é tão eficaz?
Muito provavelmente ouviu falar da entrevista de Armando Vara à TVI, e de como o antigo ministro que está finalmente quase a ir para a prisão se defendeu, mas foi aqui, num Fact Check, que Luís Rosa tratou de responder à questão mais importante: Armando Vara foi mesmo condenado sem provas?
Na política também lhe contámos como ninguém como a JS vai ter uma nova líder acusada de ter um falso título de mestrado, de ter recebido avenças de milhares na junta de freguesia e na câmara, de falsas declarações no currículo entregue à câmara, para além de uma investigação no Ministério Público, um quadro que, como explicou Rui Pedro Antunes, acabou com Costa a não ir ao Congresso que elegeu Begonha este fim-de-semana.
E um dia, se quiser recordar mais um episódio da “never ending story” em que se está a transformar o Brexit, não poderá deixar de ler a forma como, em As 13 horas e 31 minutos em que May se salvou — e lembrou que, afinal, é Natal, João de Almeida Dias relatou o dia em que a primeira-ministra britânica sobreviveu a uma moção de censura.
Mas deixem-me voltar a este dia de domingo, pois logo a seguir à história do helicóptero já estava a ler no texto de Helena Matos a recapitulação da incrível história de um doente com uma lesão grave numa mão, decorrente de um acidente com uma rebarbadora, foi enviado do hospital de Setúbal para São José, São José tentou depois enviá-lo para Santa Maria, a seguir para São Francisco Xavier, acabando o doente por ir para... Vila Nova de Gaia, onde terminou por dar entrada 13 horas depois de ter chegado a São José, em Lisboa.
É outro exemplo de como temos de ter um jornalismo exigente e escrutinador se quisermos ter um país diferente e melhor, e é esse jornalismo que, passo a passo, o Observador se tem empenhado em levantar.
Um jornalismo assim pode fazer, e faz, a diferença, como temos vindo a fazer na nossa ainda curta vida. Um jornalismo assim também precisa de si, caro leitor. Como leitor, naturalmente, mas também como assinante.
O preço da nossa e da sua liberdade passa por subscrever o jornalismo que faz a diferença. Hoje é o dia certo para o fazer – ou mais um dia certo para o fazer. Porque, como dizia esse meu amigo, está a ser um daqueles dias em que “é um prazer um assinante do Observador”.
E depois porque é Natal.
O país necessita da atenção de todos nós. Em cima da hora, em cima do acontecimento, sem perder tempo e com toda a exigência e espírito crítico. Consigo como assinante.
Os meus votos de Boas Festas,
José Manuel Fernandes,
Publisher do Observador

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