NATAL Em silêncio diante do Presépio por P. Armando Soares
NATAL
Em silêncio diante do Presépio por P.
Armando Soares
Se o Natal permanece apenas uma
bela festa tradicional, onde no centro estamos nós e não Jesus, será uma
ocasião perdida. Não mundanizemos o Natal. não coloquemos de parte o Festejado.
Damos pistas de alguns dos nossos bispos para refletirmos diante do Presépio.
Ouvir a voz
silenciosa de Deus
Papa Francisco: Será Natal se, como José, dermos
espaço ao silêncio; se, como Maria, dissermos «eis-me aqui» a Deus; se, como
Jesus, estivermos próximos de quem está só; se, como os pastores, sairmos dos
nossos redis para estar com Jesus. Será Natal se encontrarmos a Luz na gruta de
Belém.
Natal é preferir a voz silenciosa de Deus
aos tumultos do consumismo”.
Um
convite: encontra um pouco de tempo, vai diante do presépio e fica em silêncio.
E sentirás a ‘surpresa’ que Deus tem para ti.
“O
Natal é a desforra da humildade sobre a arrogância, da simplicidade sobre a
abundância, do silêncio sobre o barulho, da oração sobre o ‘meu tempo’, de Deus
sobre o meu eu”.
Papa Francisco desafiou as crianças a viver
«verdadeiro Natal»: “Jesus é bom, Jesus é terno, Jesus é humilde.
Este é o verdadeiro Natal, não se esqueçam disso. Convidou-as a fixar o olhar,
diante do presépio, na figura do Menino Jesus, para sentirem “espanto”, isto é,
uma forte emoção pelo grande mistério de Deus, feito homem.
Pobreza, solidão e os “velhinhos”
Porto: D. Manuel Linda,
deixa sua primeira mensagem de Natal apontando a lição do presépio: “pobreza e solidão”.
Com o
anúncio do anjo juntam-se os pastores e os reis do Oriente e a solidão completa
e a pobreza total transformam-se em convívio, como os nossos presépios
representam.
“Tantas
famílias e pessoas na pobreza que não se suporta e solidão que não se
compreende, estejamos com elas, batamos-lhes à porta, levemos um sorriso, um
carinho, e, porventura o que lhes faz falta na mesa”, apelou.
O bispo
do Porto alerta para eliminação
do «cuidador informal» na proposta Lei de Bases da Saúde. Questiona se a “eliminação” da figura do «cuidador
informal» da proposta da Lei de Bases da Saúde “não será” o primeiro sinal
justificativo da eutanásia “que se quer implementar a toda a força”.
«Cuidai-vos como puderdes porque nem investimos em meios paliativos nem
valorizamos a atividade daqueles que vos tratam nas vossas casas» é, para D.
Manuel Linda, a mensagem que o Estado português está a mandar “aos doentes
crónicos e velhinhos” que têm “sempre” a saída do “suicídio, mais ou menos
assistido”.
Encontro com a Pessoa de Jesus
Aveiro: O bispo de Aveiro, D.
António Moiteiro, afirma na sua mensagem de Natal 2018 que Natal significa: Jesus,
o Filho de Deus, nasceu, e com Ele se revelou o infinito amor de Deus: O Menino
deitado na manjedoura é Deus que partilha a nossa condição humana.
O Natal convida-nos a
descobrir, hoje, os sinais da presença do Filho de Deus no coração de cada ser
humano. Não pode haver Natal sem o encontro com a Pessoa de Jesus.
No Presépio dá-nos um exemplo
de humildade. Na nossa fragilidade e limitação, na vida concreta do dia-a-dia,
no trabalho e no lazer, na escuta e no silêncio, na oração, na pobreza e na
riqueza, em todos os lugares e dimensões da vida podemos pôr em prática a
cultura da solidariedade e da misericórdia.
O
Menino Deus participa da festa onde as pessoas se amam, se respeitam e se
perdoam. Contagiados pelo seu amor, olhemos para o nosso
próximo, principalmente o que vive em sofrimento.
A dignidade da pessoa humana
Santarém: D. José Traquina,
bispo de Santarém, na sua mensagem de Natal afirmou que “a vida humana
pede acolhimento para se realizar” e disse que o Natal celebra a chegada
d’Aquele” que defendeu “a dignidade de cada pessoa”.“Não faltam no mundo
guerras, tensões e injustiças que têm como efeito a existência de dezenas de
milhões de pessoas em situação de escravatura.
Jesus “deu a vida para
defender a dignidade de cada pessoa”, mas a Sua “Palavra” foi “desprezada” e,
por isso, “não faltam no mundo ‘reinos’ de mentira, injustiça, indiferença,
ódio e incapacidade de amar”. Dificuldades que existem nas pessoas para que não
acolham: “’Não haver tempo’ e ter fechado o ‘espaço’ do coração”.
Em pleno Ano Missionário em
Portugal, D. José Traquina realça que o desafio de “tornar presente Deus no
mundo”, começa pela capacidade de cada pessoa O acolher.
Os excluídos da sociedade
Viseu: O Bispo de Viseu, D.
António Luciano, na sua primeira mensagem à diocese neste Natal, convida ao
encontro com os «mais desfavorecidos da sociedade», aos mais vulneráveis do nosso país e do mundo,
os perseguidos e abandonados, os migrantes e emigrantes, os presos e
refugiados, os que são vítimas do ódio e da violência, os que têm falta de amor
e de pão.
D. António Luciano dirige-se a todos, “crentes ou não, indiferentes ou
comprometidos com a Igreja”, com “uma mensagem de paz e de esperança” e um
convite “à paz, ao diálogo, ao amor, à partilha, à solidariedade, à
transparência, à verdade e ao perdão”.
“O Natal cristão é a festa da alegria do nascimento de uma criança que é
Príncipe da Paz”, observa. Conclui com uma bênção para todos os que são
abandonados e deserdados na vida. in JMadeira, 22 dezembro 2018
Comentários
Enviar um comentário