RD CONGO Chefe de Direitos Humanos quer fim da violência e de discursos inflamatórios na RD Congo BR

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Chefe de Direitos Humanos quer fim da violência e de discursos inflamatórios na RD Congo 
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Foto ONU/Jean-Marc Ferre

Michelle Bachelet declara que os incidentes desta semana devem ser prontamente investigados pelas autoridades.
Protestos marcam campanha eleitoral para as presidenciais deste mês; Michelle Bachelet condena ação de grupos armados em campanhas eleitorais; apelo às forças de segurança é que continuem imparciais.

A alta comissária da ONU para Direitos Humanos expressou “profunda preocupação” com a violência que marcou manifestações da oposição em pelo menos três províncias da República Democrática do Congo, RD Congo.
Em nota emitida sexta-feira, em Genebra, Michelle Bachelet declara que os incidentes desta semana devem ser prontamente investigados pelas autoridades. Os protestos acontecem na campanha para as eleições presidenciais agendadas para 23 de dezembro. 
RD Congo: protestos acontecem na campanha para as eleições
presidenciais agendadas para 23 de dezembro.
Foto: UN Photo/Kevin Jordan

Liberdades
A chefe dos Direitos Humanos destaca que os direitos às liberdades de expressão e de reunião pacífica são condições essenciais para realizar eleições credíveis e “devem ser totalmente protegidos”.
Pelo menos três homens morreram na terça-feira e vários outros ficaram feridos após disparos alegadamente feitos pela polícia com munição real, e uso de gás lacrimogêneo e canhões de água num protesto da oposição em Lubumbashi na província do Alto Katanga.
Um comboio de viaturas do candidato presidencial Martin Fayulu também teria sido atacado pela polícia.
Bachelet disse estar profundamente preocupada com relatos de uso excessivo da força por agentes de segurança em comícios da oposição e relatos do uso de discurso inflamatório por líderes políticos.
Pelo menos 1,5 milhão de congoleses tiveram suas casas
danificadas ou destruídas em sete províncias nos últimos
seis meses deste ano. Foto: Unicef/UN064921

Comícios
A alta comissária defende que todos os candidatos devem ser capazes de realizar reuniões e comícios de campanha para sua eleição.
A nota, que desencoraja a interferência de grupos armados em campanhas eleitorais, menciona ameaças contra membros de partidos políticos e candidatos presidenciais que acontecem de forma mais frequente no Kivu Norte e Sul.
Os simpatizantes da oposição também teriam interrompido reuniões de campanha dos simpatizantes rivais nas províncias de Kwilu e do Kassai, e provocado incidentes na província de Maniema.
O apelo ao governo é que “perante o ambiente eleitoral já tenso envie um sinal claro de que as ameaças e a violência contra opositores não serão toleradas”. Bachelet pede ainda que seja garantida a investigação desses atos de forma rápida e eficaz, e que os autores sejam responsabilizados.
Bachelet também pediu a todas as partes que se abstenham da violência e que as forças de segurança continuem imparciais.
Auxílio
A Agência de Refugiados da ONU, Acnur, emitiu uma nota sobre a situação de segurança da RD Congo alertando que várias pessoas ficaram desabrigadas pela violência e que se a situação continuar impedirá o acesso do auxílio a várias áreas.
Pelo menos 1,5 milhão de congoleses tiveram suas casas danificadas ou destruídas em sete províncias nos últimos seis meses deste ano. Cerca de 1 milhão de pessoas estão desalojadas em 2018.
A agência destaca que confrontos entre grupos armados e forças do governo provocaram vários mortos. Com os ataques direcionados, muitas casas foram incendiadas e materiais de construção saqueados ou destruídos.
Algumas pessoas forçadas a fugir relataram que aldeias inteiras foram reduzidas a cinzas. A agência recebeu 46% dos US$ 201 milhões que precisa para ajudar o país este ano

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