Natal: por um mundo mais fraterno Por P. Armando Soares
Natal: por um mundo mais fraterno
27 Dezembro, 2018 in JM (55)
D.R. |
Natal um hino à
vida
1.A
festa do Natal começou a ser celebrada pelos cristãos, em meados do séc. IV. Continuou
a celebrar-se por todo o mundo cristão, tendo tido um grande impulso com S.
Francisco de Assis que, pela primeira vez, criou um presépio, em 1223.
Há
algumas décadas, o Natal ainda se celebrava com todo o seu simbolismo, nas
famílias cristãs: Missa do Galo, o sapatinho junto à chaminé para receber as
prendas… e, no dia 25, um belo almoço em família…
No
primeiro quartel do séc. XX, chegaram o Pai Natal e a árvore, fazendo perder o
misticismo natalício. Hoje em dia, é a stressante azáfama da compra das prendas
que se irão dar tanto a miúdos como a graúdos… uma enorme publicidade com
atração para compras. E uma abundantíssima iluminação por ruas e casas das
nossas cidades e aldeias.
É
festa! Que seja de paz e de reunião entre os familiares e aproximação dos que
fazem guerra e provocam conflitos.
Alegremo-nos
e cantemos todos: os crentes, porque nasceu Jesus-Salvador; os
não-crentes, porque o Natal é um hino à Vida.
Mensagem de
fraternidade
2.O
Papa apresentou seus votos natalícios à cidade de Roma e ao mundo, defendendo
uma “fraternidade” universal que promova o entendimento entre culturas e
religiões.
“Com
a sua encarnação, o Filho de Deus indica-nos que a salvação passa através do
amor, da hospitalidade, do respeito por esta nossa pobre humanidade que todos
compartilhamos numa grande variedade de etnias, línguas, culturas… mas todos
irmãos em humanidade”, disse Francisco na mensagem ‘Urbi et Orbi 2018’.
E
afirma: ‘Minhas boas-festas natalícias são votos de fraternidade entre pessoas
de todas as nações e culturas, entre pessoas de ideias diferentes, mas capazes
de se respeitar e ouvir umas às outras, entre pessoas de distintas religiões.
Jesus veio revelar o rosto de Deus a todos aqueles que o procuram’.
Francisco
rezou por “todas as crianças da terra e todas as pessoas frágeis, indefesas e
descartadas”.
O «sentido
espiritual» das tradições
3.D.
António Carrilho, bispo do Funchal, referiu-se às tradições natalícias com o
“rico património cultural, religioso e musical” madeirense: “as missas do
parto, com os seus cânticos apropriados; os presépios e ‘lapinhas’ de
escadinha; os encontros familiares; as ‘oitavas do Natal, do Ano Novo e dos
Reis’, vividos através das celebrações e convívios do Natal”.
Mas
é necessário lembrar que o essencial é que “o Menino de Belém é o melhor
presente de Natal, a maior oferta do Pai à Humanidade”, ainda marcada por
guerras e conflitos.
Uma nova
humanidade
4.O
bispo de Angra, D. João Lavrador, afirmou na sua mensagem de Natal que é
necessário que o poder político e as instituições sejam capazes de criar
condições para que todos tenham dignidade humana, recordando que “32% das
pessoas vivem em risco de pobreza”. Em Portugal são um milhão e 820 mil em
situação de pobreza, segundo disse há dias o PR Marcelo Rebelo de Sousa.
“Construir
a paz e a justiça exige que cada ser humano tenha um salário digno, trabalho
digno, cuidados de saúde eficazes, isto é, uma vida com uma nova humanidade”,
disse D. João Lavrador.
O
elevado risco de pobreza “é uma vergonha” para quem tem responsabilidades
políticas e para quem tem “responsabilidades ao nível da intervenção social”.
Um mundo de
todos e para todos
5.O
cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, defendeu na sua mensagem para
o Natal 2018 uma sociedade onde “todos possam nascer e crescer”, com direito ao
trabalho e à habitação.
Sublinhou
a necessidade de “saúde e trabalho, repouso e habitação condigna” para
construir “um mundo de todos para todos”. “Nas sociedades que integramos e nas
cidades que habitamos continua a não haver ‘hospedaria’ para todos”, advertiu.
Reforçou
a dignidade humana e os seus direitos, como há setenta anos se proclamaram em
declaração universal”. E finalizou: “Transformemos o presépio de Jesus na
grande hospedaria do mundo.
Luz de
esperança
6.O
bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro falou do Natal como uma “luz de
esperança” para quem vive momentos difíceis na vida.
“Que
esta Luz Luz ilumine as famílias, os jovens, os doentes, os pobres, os
reclusos, os que vivem sós, as pessoas com deficiência, os migrantes e as
minorias étnicas nos caminhos da justiça e da paz”, referiu
E
evocou ainda “os países onde a liberdade religiosa não é respeitada”, deixando
votos que “a fé seja testemunhada em liberdade e paz.
Para
além do “ruído de muitos festejos de Natal”, as pessoas trocam entre si os mais
elevados valores humanos: ternura, carinho, paz, amor, alegria, esperança… O
bispo desafiou os católicos a “proclamar e a testemunhar que o Natal é
Jesus Cristo”. Selmis
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