JOSE DOS SANTOS GARCIA (D.)


1913-2010
D. José dos Santos Garcia da Sociedade Missionária da Boa Nova, bispo emérito de P»embra (ex-Porto Amélia), em Moçambique, faleceu, com 97 anos, em 11 de Dezembro de 2010, no Lar do Seminário das Missões de Cucujães  (Lar Santa Teresinha), onde estava a convalescer de recente operação cirúrgica no hospital da Covilhã.
Nasceu em 16 de Abril de 1913, em Aldeia do Souto, concelho da Covilhã, diocese da Guarda, filgo de Gabriel dos Santos e Teresa Mendes Garcia. Frequentou os Seminários da Socieadde Missionbária. Fez o Juramento missionário na Socieadde, em Cucujães, em 1935, e foi ordenado sacerdote, em 25 de Julho de 1938, em Cernache do Bonjardim, de cujo seminário foi vice-reitor e professor durante sete anos.
Em 1945 partiu para Moçambique, para a diocese de Nampula, que abrangia todo o norte, desde a Zambézia até à actua Tanzânia. Trabalhou no seminário diocesano e na escola de professores, na missão de Unango, junto ao Lago Niassa. Em 1947 tomou conta da Missão do Mutuáli, para leste, no caminho para Nampula. Durante dez anos fez do Mutuáli  uma missão emblemática, com ampla igreja, flanqueada por dois internatyos de 80 metros de frente, com maternidade, oficinas diversas, e exploração agrícola que alimentava a missão e população local, e chagava a abastecer a cidade provincial de Nampula. Pastoralmente deu prioridade ao catecumenato de jovens, com cercade trezentos rapazes e raparigas nos amplos internatos, e sobretudo ao catecumenato vde famílias, com umas quarenta famílias, com os filhos, a viver um ano, sucessivamente, em aldeia por elas construída à volta da missão. Era também superior regional dos missionários da Sociedade.
Em 1957 foi nomeado bispo da nova diocese de Porto Amélia, actual Pemba, sendo sagrado na nova catedral de Nampula, em 16 de Junho desse ano. Construiu todas as estruturas diocesanas: Seminário menor e maior, colégio diocesano, escola de professores, residência episcopal, várias igrejas, residências para padres e irmãs. Deu prioridade à formação de sacerdotes e religiosas, criando uma congregação feminina.
Resignou em 1975, abrindo lugar para a nomeação de um dos dois primeiros bispos moçambicanos. Em 1975 fixou residência na sua terra natal. Foi colaborador dos bispos da Guarda, professor de Missiologia no seminário ad diocese, e fez de pároco da sua terra, empenhando-se no restauro da igreja e das capelas da paróquia. Aí celebrou  os seus 90 anos. Em 2007, no Santuário de Fátima, celebrou os 50 anos de bispo, rodeado de sacerdotes da Sociedade Missionária da Boa Nova e de todo o episcocapo português.
D. José deixa-nos o testemunho de um infatigável trabalhador e de um missionário com larga visão do futuro. Um dia depois da entrada em Porto Amélia, iniciou as visitas pastorais e começou a lançar sólidos alicerces para uma diocese que desejava bem estruturada em todos os aspectos. Era uma pessoa simples, alegre, dinâmica, cheia de sonhos, e, por isso mesmo, cativava quantos contactavam com ele.
A sua espiritualidade profundamente mariana está patente nas grutas ed Nossa Senhora de Lurdes que construiu e no nome que deu à congregação que fundou: “Filhas do Coração Imaculado de Maria”.
Gastou muitas horas nos últimos anos redigindo e compilando alguns livros de memórias e de medicina natural.

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