A verdadeira amizade

A verdadeira amizade por ARMANDO SOARES
Santo Agostinho afirmava que a única coisa “que nos pode consolar nesta sociedade humana tão cheia de trabalhos e de erros é
a fé não fingida e o amor que os veraddeiros amigos professam uns aos outros”. Uma veraddeira amizade é bela como uma obra
de arte. É por isso, talvez, que ela é cada vez mais rara.
Podemos, com efeito, ter muitos companheiros, muitos colegas, muitos camaradas, mas nunca muitos amigos. A amizade é
também como um planta delicada que, depois de nascer, precisa de especiais cuidados para ser cultivada, e minuciosas atenções
para crescer e nunca se degradar.
Fala-se hoje pouco de amizade, e vive-se muito menso em amizade. Porque é exigente. E até há quem a confunda com simpatia,
camaradagem, companheirismo, namoro e até erotismo ou apoio económico ou outros interesses.
A amizade não busca a utilidade – embora  não poucas amizades se apresentem como um negócio – a amizade pensa mais em
dar do que em receber, em dar ao outro o melhor de si mesmo. A amizade espera e dá todo o apoio gostosa, ainda que
sacrificadamente.
A verdadeira amizade é mutuamente enriquecedora. É a renúncia a dois egoísmos e asoma de duas generosidades.
Como bem escreveu Martins Descalzo: «ser um bom amigo ou encontrar um bom amigo são as duas coisas mais difíceis do
mundo».
Ser amigo de verdade, é o que devemos tentar ser, ainda que muitos não sejamos capazes disso porque fundamentamos a
amizade em pseudo-valores.
Do livro:  na força da PALAVRA, de Armando Soares, pp.61-62

Lembrei-me deste trecho que escrevi em tempos porque a página do domingo, pelo Cónego Rui Osório, no JN de 03.06.12, fazia
referência ao “depauperamento” crescente da religião cristã. O que falta? Falta o amor cristão tanto entre leigos como entre
frades – tenham paciência, mas infelizmente é a verdade! Há muitos “tomases” e cada vez menos discípulos de Cristo – doa a
quem doer).

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