BRASIL Homenagem ao mártir PADRE RODOLFO, Salesiano

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Homenagem ao mártir PADRE RODOLFO, Salesiano

No dia 15.07.2016, foram celebrados os 40 anos da morte do padre salesiano Rodolfo Lunkenbein e do indígena Simão Cristino Koge Kudugodu (Simão Bororo), assassinados por causa da luta pela demarcação da reserva de Merúri, em Mato Grosso. A Inspectoria Missionária Salesiana de Campo Grande (MS) e outros representantes de entidades eclesiais e da sociedade que trabalham em defesa dos indígenas participaram na celebração que teve lugar na reserva indígena Merúri, a 450 km de Cuiabá (MT), na diocese de Barra do Garças (MT). “15 DE JULHO DE 1976! Dez horas e trinta minutos! No pátio da Missão Salesiana de Merúri, jaz um corpo. O jovem director da Missão, Pe. Rodolfo, SDB, acaba de ser imolado por defender a comunidade indígena bororo. Rodolfo nasceu no dia 01.04.1939, na Alemanha. Seus pais, João e Maria Lunkenbein, eram pequenos agricultores. Um dia – Rodolfo frequentava a primária – apanhou alguns números do Boletim Salesiano: foi a descoberta de um mundo novo. A figura de S. João Bosco  impressionou-o de tal forma que decidiu ser padre. Em 1958 chegava a Mato Grosso o novo inspector salesiano, Pe. João Greiner, alemão, trazendo de sua terra uma leva de jovens missionários, seminaristas e irmãos leigos. Com ele vinha também o jovem Rodolfo. Vinha fazer o noviciado no Brasil. A óptima saúde, a inteligência prática, a alegria e a disposição para o serviço, eram as ferramentas que trazia para seu campo de trabalho missionário. Merúri era uma missão com um reduzido grupo indígena Bororo, e um internato para meninos não-índios das fazendas e cidades da região. O martírio cristão não é um acontecimento imprevisto, mas é antes de tudo uma graça de Deus. No dia da chacina, tinham os atacantes tomado o pátio da missão, para onde trouxeram preso um dos grupos que estava fazendo a demarcação. O director achava-se no campo com um grupinho de Bororos iniciando uma cultura de arroz para o sustento da comunidade indígena. Foi chamado com urgência e, ao chegar à missão, percebeu que havia chegado a sua hora. Estavam diante dele os que lhe tinham jurado morte e alguns pistoleiros conhecidos na região. Procurou acalmar os ânimos. A resposta à atitude pacificadora do Pe. Rodolfo foi a violência contra ele. Quando o chefe dos atacantes puxou o revólver para atingir o padre, o capitão bororo, ali perto, quis segurá-lo para impedir o crime, mas foi baleado pelas costas ficando sem sentidos. O padre, já atingido no estómago, levou a mão à ferida, levantando o braço esquerdo para pedir calma. Seguiu-se, porém, um segundo tiro, sob o braço esquerdo, e um terceiro, no coração. Os poucos índios presentes, atarantados pelo súbito ataque, não puderam, nem defender-se, nem defender o sacerdote. Um deles, o bororo Simão, teve as entranhas rasgadas por uma faca e à mãe, que ocorrera a socorrê-lo, lhe cravaram uma bala no peito. Rodolfo é logo atendido pelas mulheres presentes e a enfermeira Irmã Margarida, mas morre poucos segundos depois. Simão Bororo também morreu. O padre morreu por defender a terra dos índios e o Índio por defender a vida do padre. Pouco depois da morte do Pe. Rodolfo e Simão, a área bororo de Merúri foi demarcada. A comunidade indígena conseguiu a posse e o uso exclusivo de sua área. O martírio de Rodolfo e Simão é celebrado todos os anos na lembrança de todos os cristãos”.  FONTE: Pe. Rodolfo Lunkenbein: uma vida pelos índios por Pe. GONÇALO OCHOA,SDB. in VM out 2016

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