SÍRIA Estado Islâmico volta a vandalizar patrimônio da cidade síria de Palmira

SÍRIA
Estado Islâmico volta a vandalizar patrimônio da cidade síria de Palmira
Por RFIPublicado em 20-01-2017 Modificado em 21-01-2017 em 00:17
A cidade de Palmira abriga monumentos e relíquias de mais de 2 mil anos
REUTERS/SANA

Os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) confirmaram a triste fama de destruidores do patrimônio mundial, ao novamente devastar e saquear tesouros da cidade antiga síria de Palmira, onde já haviam provocado estragos no ano passado.
Em outra frente da guerra na Síria, o grupo extremista rival, Fateh al-Sham (ex-Frente al Nusra, braço sírio da Al Qaeda), foi alvo de bombardeios aéreos na província setentrional de Aleppo. Morreram pelo menos 40 de seus combatentes.
Mais de um mês depois de ter reconquistado Palmira das forças do regime de Bashar Al-Assad, o EI promoveu novas destruições na cidade da província central de Homs, inscrita pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.
"Fontes locais nos informaram que o EI destruiu o Tetrápilo, um monumento de 16 colunas, e fotografias por satélite recebidas de nossos colegas da Universidade de Boston mostram danos na fachada do teatro romano", declarou Maamun Abdelkarim, diretor de Antiguidades.
O Tetrápilo foi construído na época de Diocleciano, no final do século 3. Era um quadrado com quatro colunas em cada esquina. Das 16 colunas, só havia uma original. As outras foram reconstruídas com cimento pelo serviço de Antiguidades sírio em 1963. As originais eram de granito rosa procedente do Egito.
O teatro romano conta com nove fileiras de arquibancadas. Data do século 1. Durante a primeira ocupação da cidade, de maio de 2015 a março de 2016, o EI o usou para execuções públicas.
"Desde o primeiro dia, eu esperava o pior. Já fomos testemunhas do terror durante a primeira ocupação da cidade, e francamente não achava que Palmira fosse ser ocupada pela segunda vez", acrescentou Maamun.
"A batalha por Palmira é cultural, e não política. Nunca entendi como é possível que a comunidade internacional e os atores do conflito sírio aceitem que Palmira caia", acrescentou.
Crime de guerra
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, denunciou "um crime de guerra e uma perda imensa para o povo sírio e para a humanidade". A Rússia classificou de "verdadeira tragédia" essas destruições e lamentou que "os actos bárbaros continuem" em Palmira.
Em maio de 2015, o EI se apoderou pela primeira vez da cidade, destruindo os mais belos templos, o Arco do Triunfo, várias torres funerárias e o Leão de Palmira.
O grupo radical, responsável por atrocidades nas áreas que controla, executou 280 pessoas na cidade, antes de ser expulso pelo exército sírio e seu aliado russo no fim de março de 2016.
No dia 11 de dezembro, os extremistas recuperaram Palmira, após uma grande ofensiva. No deserto, nos arredores, os combates continuam entre os radicais e as forças do regime. Há semanas o EI tenta avançar para o aeroporto de Tayfur para o acesso à estrada que une Palmira à cidade de Homs

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