EUROPA Arcebispo de Sarajevo frisa urgência de salvaguardar as «raízes cristãs» do Velho Continente
EUROPA
Arcebispo
de Sarajevo frisa urgência de salvaguardar as «raízes cristãs» do Velho
Continente
Ago 6, 2018 - 13:54
Radicalismo islâmico está a crescer na Bósnia-Herzegovina, de onde saem
todos os anos 10 mil católicos
Lisboa, 06 ago 2018 (Ecclesia) – O arcebispo de Sarajevo, primaz da Igreja Católica na Bósnia-Herzegovina, salientou a importância de a Europa “cuidar das suas raízes cristãs, caso contrário continuará a temer o radicalismo”.
Em entrevista à Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, enviada hoje à Agência
ECCLESIA, D. Vinko Puljic aborda a realidade atual do seu país, “de onde se
estima que emigrem todos os anos 10 mil católicos”.
“Desde o fim da guerra que a nossa pequena comunidade continua a diminuir
todos os anos, por causa da desigualdade a nível político e jurídico. Alguns
não encontram trabalho, outros, pelo contrário, têm um emprego mas já não
conseguem viver num país onde não gozam dos mesmos direitos que os outros
cidadãos”, conta o cardeal.
Atualmente, “os católicos são discriminados nas duas entidades instituídas
pelos acordos de Dayton em 1995: na Federação croata-muçulmana, por não serem
muçulmanos e na República sérvia da Bósnia-Herzegovina por serem
maioritariamente de origem croata”.
Para D. Vinko Puljic, a responsabilidade deve recair na comunidade
internacional, nas instâncias europeias, que “não oferecem aos católicos” da
Bósnia “o mesmo apoio concedido a outros grupos”.
Daí que destaque a necessidade de a Europa partir de novo à “redescoberta
das suas raízes cristãs”.
“Atualmente presta-se atenção apenas à parte material e ignora-se a
dimensão espiritual do homem. A Europa deve aprender a cuidar das suas raízes
cristãs, caso contrário, continuará a temer o radicalismo”.
A Bósnia-Herzegovina é uma das principais portas de entrada para o Islão na
Europa, e é também uma nação marcada pela intolerância e repressão religiosa.
“Temos boas relações com os muçulmanos eslavos, mas é difícil dialogar com
os islâmicos radicalizados provenientes do mundo árabe. Sobretudo porque, do
ponto de vista político, eles ignoram a nossa presença”, salienta D. Vinko
Puljic, para quem importa fortalecer as pontes de ligação entre estes dois
mundos, no Velho Continente, para que possam viver pacificamente, lado a lado.
Caso contrário será muito difícil.
“Infelizmente, a Europa não conhece bem o Islão e não entende o que
significa viver lado a lado com o radicalismo islâmico”, complementa. JCP|Ecclesia
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