JUVENTUDE O testemunho cristão do acolhimento por Armndo Soares


JUVENTUDE
MIGRANTES: O testemunho cristão do acolhimento por Armando Soares

A irmã Myri é uma monja contemplativa portuguesa
que vive no Convento de São Tiago Mutilado,
em Qarah, na Síria. Tem 35 anos, frequentou até ao
2.º ano de Medicina Veterinária e a experiência de
 viver a guerra num convento de clausura, que já
esteve cercado mas é um espaço inter-religioso
que acolhe quem precisa de ajuda e
foge da guerra e da perseguição.
O Dia Internacional dos migrantes foi instituído a 4 de dezembro de 2000 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, depois de algumas organizações não-governamentais asiáticas terem vindo a realizar desde 18 de dezembro de 1997, algumas iniciativas, com a contribuição activa das Igrejas e das comunidades eclesiais, que visam o reconhecimento dos direitos dos migrantes, com o objectivo de uma protecção social e do respeito pela sua dignidade.
Ao longo destes anos, o Dia internacional dos Migrantes assumiu uma grande dimensão ecuménica devido ao envolvimento activo das Igrejas e das comunidade eclesiais, multiplicando-se os encontros de reflexão, as manifestações públicas e os momentos de oração, sob o tema do acolhimento. Um panorama de muitas iniciativas que seria muito longo enumerar. Lembramos apenas as realizadas em várias cidades dos Estados Unidos com a colaboração de cristãos comprometidos, com o apoio de algumas comunidades cristãs locais, no acolhimento feito a quem chega aos USA em busca de trabalho, sobretudo do México e da América Latina central.

Na América Latina, nações como o Equador, a Bolívia e o Peru programaram manifestações públicas recordando que uma viagem para outro país em busca de trabalho deve ser sempre uma viagem de esperança e em favor da vida, com o slogan “No más migrantes muertos ni desaparecidos”, é o convite. Na Austrália os Bispos incentivam a celebração deste dia que muitas vezes assume um carácter ecuménico, inter-religioso.

Em Singapura, graças à iniciativa duma comunidade católica e com a participação de outras cristãs, o dia quer ser ocasião para “ reconhecer o contributo de milhões de migrantes para as economias dos países onde vivem”, e contribuir para a reunificação da família, dando-lhe estabilidade.

Na Malásia realizou-se há pouco um encontro ecuménico no qual se afirmou: os cristãos devem «trabalhar com dedicação com quantos são obrigados a emigrar em busca de um trabalho para melhorar a própria vida e a das suas famílias e com quantos fogem da violência e do abuso do poder político na sua pátria».

Na Europa o debate sobre o acolhimento dos migrantes, os seus direitos e as suas políticas para a reunificação familiar tornou-se, por um lado, um tema de confronto entre as Igrejas, as comunidades eclesiais e religiosas, e  por outro, as instituições comunitárias e nacionais, sobretudo nos países da União Europeia.

Ao enfrentar estes temas, a hospitalidade e a protecção do indivíduo constituem valores centrais para todos os cristãos, segundo as palavras de Jesus.  Por isso, “os cristãos são chamados a defenderem os direitos do ser humano como tarefa evangélica de anúncio do evangelho pois homem e mulher foram criados à imagem de Deus». (Fonte: O testemunho cristão do acolhimento, em L`Osservatore Romano, n. 51, 2012)

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