PORTUGAL VALADARES Assembleia Regional 2015

PORTUGAL
VALADARES  Assembleia Regional 2015
A Assembleia Regional de Portugal decorreu, conforme estava previsto, no Seminário da Boa Nova em Valadares nos dias 6 e 7 de Janeiro. Esteve presente toda a Direcção Geral e quase  todos os que puderam. Após as boas vindas e apresentação geral do programa por parte do Superior Geral passámos de imediato para um breve relato sobre o que foi a XII Assembleia Geral e as motivações para a temática daí emanadas pelo P. Farias. Na segunda parte da manhã o P. Adelino Ascenso fez uma breve introdução ao tema I sobre a Identidade Missionária e Carisma como abertura para a reflexão em grupos.
Da reflexão em grupo surgiram algumas ideias de interesse não só para a Região de Portugal mas até para o conjunto da SMBN. É necessário continuar a fazer uma reflexão crítica da nossa história que hoje passa por parâmetros novos mas cuja dinâmica e inspiração ainda permanecem válidas na actualidade. Como não podemos fazer tudo, é necessário encontrar em cada Região áreas que nos caracterizam e investir nelas como aportação e novidade para as igrejas locais. Para isso é necessário investir na preparação de membros que assumam estas tarefas. A própria formação deve ser orientada nesta linha e não pode ficar ao critério de cada um; deve ser definida pela Sociedade Missionária, em vista a este contributo que é chamada a dar. A evangelização exige que primeiro se seja evangelizado. O anúncio não pode ficar apenas nas periferias mas deve também incidir até ao topo, lá onde se tomam as grandes decisões. Em Portugal, concretamente, toda a nossa atenção deve estar voltada para a animação missionária e pastoral vocacional. Deveríamos apresentar-nos como o rosto missionário da Igreja Portuguesa.
Todos estes assuntos foram debatidos em plenário, destacando-se que se deve assumir de modo positivo a nossa dimensão diocesana na origem e nos países de destino, e a interculturalidade como a expressão e cume da missão. A vivência nos seminários pode ser já uma experiência para a vida futura.
Na segunda parte, à tarde, o P. Jerónimo Nunes introduziu o tema da Vida Espiritual e Comunitária, sugerindo que é necessário reaprender a linguagem do nosso tempo e, sobretudo, saber usar a gramática da proximidade. Para o debate apresentou estas duas questões: -Como crescer na vida espiritual e comunitária? - Como comunicar melhor entre nós?
Na manhã do dia 7 fez-se o plenário, durante o qual se destacaram algumas ideias. Há ainda fracturas que impedem a comunhão. A sua superação é um trabalho lento e nunca acabado e exige uma vida espiritual – pessoal e comunitária – intensa, aliada à conversão a Deus e ao outro. Foi salientado por um grupo que é fundamental a prática da Direcção Espiritual como experiência de abertura e relação. Para haver verdadeira comunicação é necessário silêncio interior para se ter capacidade de abertura ao outro. Aqui reside o deficit da relação interpessoal. Reza-se pouco e corre-se muito. Faz falta rever as atitudes dos que nos precederam e ler os textos que eles nos deixaram. Precisamos de multiplicar os meios e ocasiões para a comunicação, tanto formal como informal. Por aqui passa um maior relacionamento. Quem não tem tempo para Deus também não tem tempo para os outros.
 No debate em conjunto destacou-se a atenção aos mais frágeis, particularmente aos nossos companheiros que estão no Lar. A nossa vida comunitária será uma grande riqueza quando ela se tornar partilha de vida e construção de projectos comuns.
Na segunda parte da tarde o P. Luís Castro introduziu o tema da Animação e Formação Missionária. Colocou duas questões: - Como envolver cada um de nós e cada casa na promoção vocacional? - Redimensionamento: que opções tomar para libertar pessoas?
É necessário que as nossas casas sejam espaço de acolhimento onde se veja como vivemos o empenhamento missionário e a vida espiritual e comunitária. Mas é importante também a visita aos pais e criar meios para nos darmos a conhecer (internet, desdobráveis, assim como através das nossas publicações). É bom criar grupos de amigos dos seminários. Apesar da cultura adversa, há ambientes que podem acolher a proposta vocacional. Devemos estar atentos e aproveitar certos acontecimentos para lançar a semente vocacional. Desta tarefa ninguém se deve sentir dispensado. É necessário envolver outras pessoas: colaboradores, auxiliares, catequistas. É uma tarefa da equipa de animação missionária e vocacional mas que nos deve envolver a todos. É importante que em cada casa se inicie um processo de oração pelas vocações e também envolver nesta iniciativa as comunidades que vivem ao nosso lado e partilham da nossa preocupação missionária.
Mais tarde o P. Artur Matos apresentou o itinerário programático para os próximos anos com base na exortação apostólica a Alegria do Evangelho usando a metodologia da lectio divina. Foi destacado que para este ano é importante usar o texto feito pelo P. Jerónimo e que vem publicado no BF 390 onde se colocam as bases para a leitura histórica da SMBN.
Toda a Assembleia se caracterizou pela participação activa de todos, quer nas reuniões de grupos quer nos plenários. Foi uma experiência de vida espiritual e comunitária. No final da tarde foi feita uma síntese dos trabalhos da assembleia. O P. Ricardo Marques, que chegara de manhã, veio despedir-se de todos nós. E com toda a espontaneidade surgiu o canto: “Vai, amigo, vai…” com que nos despedimos dele. Todos nos sentimos enviados nele.
A Assembleia encerrou com a Eucaristia presida pelo Superior Geral e durante a qual dois alunos de teologia (o Hipólito Vida e o Constantino Hatende), renovaram o seu juramento missionário.
P. Augusto Farias


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