UNIÃO EUROPEIA UE admite operação militar no Mediterrâneo contra traficantes de imigrantes
UNIÃO EUROPEIA
UE admite operação
militar no Mediterrâneo contra traficantes de imigrantes
22/4/2015, 20:46
CIRO FUSCO/EPA
Os chefes de
Estado e de governo da União Europeia vão solicitar na quinta-feira o início
dos preparativos para uma operação militar destinada a destruir as embarcações
dos traficantes de imigrantes, refere o projeto da resolução.
O projeto em
discussão, divulgado pelas agências internacionais, solicita aos líderes
europeus que desenvolvam “esforços sistemáticos para identificar, capturar e
destruir as embarcações antes que sejam utilizadas pelos traficantes” no
Mediterrâneo.
A Alta
representante para a política externa e de segurança da União, Federica
Mogherini, “é convidada para iniciar de imediato os preparativos para uma
eventual operação de segurança e defesa para este efeito, de acordo com a lei
internacional”, acrescenta o projeto de resolução.
As primeiras
consultas sobre esta proposta demonstram “uma vontade política de emitir este
forte sinal”, disse à agência noticiosa AFP uma fonte próxima do dossiê.
“Não podemos ser
sérios caso não tenhamos em consideração o pedido de Mateo Renzi”, afirmou um
alto responsável europeu. O chefe do governo italiano solicitou que fosse
examinada a possibilidade de efetuar “intervenções precisas” contra os
traficantes na Líbia, que se tornou no país de embarque de migrantes e
candidatos a asilo em direção a Itália e Malta.
Caso seja aceite,
a organização desta operação militar europeia seria uma decisão inédita no
combate à imigração clandestina.
“A sua
concretização levará tempo”, advertiram diplomatas envolvidos nas conversações.
“Vão ser necessários planos operacionais, e depois mobilizar os meios
militares”, explicaram.
Atalante, a
missão militar da UE contra a pirataria ao largo das costas somalis, foi
desencadeada em 2008, mas as primeiras ações contra as embarcações piratas
ocorreram em 2011-22012, recordou o eurodeputado francês Arnaud Danjean.
“Para destruir as
embarcações na Líbia será necessário um mandato jurídico” das Nações Unidas,
sublinhou. “A possibilidade de ação em terra fornecida à força naval Atalante
na Somália quase nunca foi utilizada, porque não é tão simples”, explicou.
O apelo para
novas medidas e a pressão sobre os líderes europeus aumentou após o devastador
naufrágio no domingo que terá provocado a morte de cerca de 800 imigrantes
provenientes da Líbia.
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