ROMA Papa discursa contra pedofilia e pena de morte em Via Crucis no Coliseu
ROMA
Papa discursa contra pedofilia e pena de morte em Via Crucis no Coliseu
03/04/2015 19h48 - Atualizado em 03/04/2015 19h49
Ele também falou sobre a perseguição de jihadistas a cristãos. Dezenas de milhares de fiéis carregavam vela durante cerimônia.
Da France Presse
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Fiéis na procissão de Via Crúcis no Coliseu (Foto: Alessandro Bianchi/Reuters)
Os católicos foram chamados nesta sexta-feira (3) à noite a rezar e trabalhar pela abolição total da pena de morte, contra a "profanação bárbara" de crianças vítimas de pedofilia e a perseguição religiosa, durante a Via Sacra no Coliseu, presidida pelo papa Francisco.
"Nós te olhamos, Jesus, pregado na cruz. E questões urgentes surgem: Quando será abolida a pena de morte, ainda praticada em muitos Estados? Quando será suprimida toda forma de tortura e repressão violenta de pessoas inocentes?", foram uma das questões levantadas pelo texto da "Via Crucis".
O Papa Francisco durante a procissão de Via Crúcis no Coliseu (Foto: Alessandro Bianchi/Reuters)
Reunidos em torno do enorme anfiteatro, dezenas de milhares de fiéis, muitos dos quais carregando uma vela, acompanharam a cerimônia em um silêncio contemplativo.
O papa Francisco, de 78 anos, presidiu a cerimônia sem carregar a cruz. Permaneceu sentado, muito recolhido, sob uma grande tenda vermelha.
O percurso da "Via Crucis" revive o calvário de Jesus desde a sua condenação até a sua crucificação, morte e sepultamento.
Uma das meditações das 14 estações evocou as "crianças e adolescentes privadas de si mesmos, feridas em sua privacidade, barbaramente profanadas" pelo flagelo da pedofilia.
Também se referiu "às crianças-soldados e ao trabalho que se torna escravidão" e, mais amplamente, "ao tráfico de seres humanos".
Ataque a cristãos por jihadistas
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Homens levam cruz durante procissão da Via Crucis no Coliseu (Foto: Stefano Rellandini/Reuters)
O Caminho da Cruz também fez referência à perseguição religiosa por parte dos Estados e grupos armados, incluindo jihadistas, um dia após o ataque dos islamitas shebab contra uma universidade queniana que fez 147 mortos, em sua maioria cristãos: "Senhor Jesus, apoie internamente os perseguidos. Que o direito fundamental à liberdade religiosa se espalhe"
No Vaticano, Papa Francisco deita em rito que lembra morte de Jesus Cristo
"Homens e mulheres são presos, condenados ou até mesmo mortos apenas porque creem ou estão comprometidos com a justiça e a paz. Eles não têm vergonha da Cruz. Eles são exemplos maravilhosos", afirmava uma das meditações, citando o exemplo do "mártir" paquistanês católico, o ex-ministro para as Minorias Shahbaz Bahtti, assassinado em 2 de março de 2011.
"O importante papel das mulheres nos Evangelhos e o gênio feminino" também foram citados, bem como as divisões nas famílias: "Tantas tragédias familiares! Envolvendo mães, pais, filhos, avós."
Por fim, a Via Sacra fez alusão ao próximo sínodo, a assembleia dos bispos no mês de outubro, que terá como tema a família, pedindo aos participantes para que sejam "dóceis ao Espírito Santo" e que "consigam um autêntico discernimento".
Duas freiras iraquianas, dois franciscanos da Terra Santa, dois sírios, dois nigerianos, dois egípcios e dois chineses carregaram a cruz durante uma das 14 estações.
A pedido do Papa, a meditação, simples e comovente, foi escrita por um bispo italiano, Renato Corti, que se inspirou no espírito de Jesus para tentar expressar o que sentia.
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