VILA DE CUCUJÃES P. MANUEL DOS SANTOS NEVES
VILA DE CUCUJÃES
P. MANUEL
DOS SANTOS NEVES
01-08-1941 + 19-04-2015 |
Faleceu o Padre Neves. Um nome muito conhecido na
diocese do Porto, especialmente na área geográfica de Gaia, com a grande
dinamização da pastoral familiar, que, em grande parte, teve nele o grande
impulsionador nos anos 70/80; também conhecido pelo enorme contributo que deu
aos Cursilhos de Cristandade da diocese portucalense; conhecido na diocese de
Pemba (ex-Porto Amélia), em Moçambique, pelo seu grande zelo apostólico e
posicionamento na defesa da dignidade do povo; conhecido, amado e persistente
missionário na Paróquia da Chapadinha, diocese do Brejo, no Estado do Maranhão
(Brasil) onde deixa marcas profundas da sua acção evangelizadora. O Padre
Manuel dos Santos Neves era uma potência de energia humana e de fé. Foi, pois,
missionário em três continentes. O P. Neves era o tipo de homem apaixonado pelo
seu ideal que tudo jogava na fidelidade à sua missão de evangelizador e
defensor do povo, especialmente dos mais desprotegidos.
Directo e contundente, a sua palavra não tinha rodeios
e atingia, com vigor e entusiasmo, quem o ouvia, convertendo a muitos para o
bem e para a fé, por vezes, com palavras impróprias para ouvidos mais
sensíveis. Num coração de ternura e de compaixão, comovia-se com facilidade com
o sofrimento alheio e passou a vida a partilhar, com o povo que evangelizava,
preocupações e soluções.
Nasceu na Vila de Cucujães no dia 01 de Agosto de
1941. No dia 10 de Junho de 1965 foi ordenado Presbítero pelo então Núncio
Apostólico em Lisboa, no Santuário de Fátima, juntamente com outros nove
Diáconos da Sociedade Missionária da Boa Nova.
Depois de ter sido Vice-Prefeito, Prefeito e Professor
nos nossos Seminários de Cucujães e Tomar, partiu para Moçambique (diocese de
Pemba) em Dezembro de 1967. Fez parte da equipa fundadora da Missão de Ocua e
foi responsável pelo secretariado diocesano de pastoral. Dedicou-se ao estudo
da cultura local em vista à inculturação da fé.
Em Julho de 1974, participou, como Delegado da Região
de Pemba, na nossa 3ª Assembleia Geral. Ficou em Portugal, sendo nomeado
Prefeito e Ecónomo no Seminário de Valadares, Director do Ano de Formação
(1975-1976) e Professor.
Partiu para o Brasil a 14 de Outubro de 1978, indo
trabalhar nas Paróquias de Chapadinha, Anapurus e Mata Roma, na diocese do
Brejo (Maranhão). Eram paróquias quase abandonadas que reviveram através dos
métodos proactivos da equipa de evangelização: formação de comunidades,
pastoral da família, pastoral da juventude e promoção da justiça e paz, assim
como apoio às lutas dos lavradores pobres. Neste últimos 35 anos Chapadinha
tornou-se o centro do Baixo Parnaíba e a pastoral acompanhou e promoveu esse
desenvolvimento. Cada novo bairro tinha direito a uma comunidade cristã
actuante e capela dignificante.
Mantendo forte ligação com as dioceses de Portugal, o
P. Neves conseguiu o apoio de movimentos, congregações e dioceses. Aveiro
enviou, sucessivamente , um leigo, um diácono com a sua esposa e um padre; o
grupo juvenil João Paulo II de Coimbra e o P. Pedro Miranda mantêm ligação
permanente com Chapadinha: as Criaditas dos Pobres enviaram para lá a sua
primeira equipa a trabalhar fora de Portugal; os Leigos Boa Nova ligaram-se a
Chapadinha desde o seu início em 1985. O P. Neves foi um catalisador da
diversidade das vocações: missionários leigos, religiosas, padres Fidei Donum e juventude missionária.
De 1990 a 1995 foi membro da direcção geral da SMBN e
coordenou a Animação Missionária e a Promoção Vocacional. Além do trabalho em
Portugal, apoiou os missionários de África em situações de calamidade por causa
das guerras civis.
A riqueza da sua energia humana foi potenciada pela
sua fé missionária, capaz de arriscar a vida pelas causas do povo e do
evangelho. Para tornar a Eucaristia presente no meio do povo, ele não media
esforços para andar quilómetros e construir novos espaços de culto. Maria era a
sua companheira de viagem. A sua dedicação abriu muitos caminhos para a
promoção do povoe e o avanço da Igreja.
Uma doença enigmática trouxe-o de volta à sua terra e
passou 3 meses no Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira. Saiu do
Hospital e deu entrada no Lar de Santa Teresinha, mas foi apanhado por uma
pneumonia a que não resistiu. Morreu, falando, de paragem cardiorrespiratória
no Hospital da Feira em 19 de Abril de 2015. (Estava prestes a celebrar as
Bodas de Ouro sacerdotais).
Que Deus o receba na sua glória.
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