AMAZÓNIA/ Sínodo compromisso da Católica
AMAZÓNIA/ Sínodo compromisso da Católica
Santa Sé diz na
ONU que Sínodo vai refletir sobre papel dos povos indígenas e «compromisso» da
Igreja Católica na sua proteção
Set 19, 2019 - 12:55
Arcebispo Ivan Jurkovič
destacou iniciativas católicas para «promover as línguas indígenas»
Foto: Lusa |
O observador permanente da
Santa Sé na ONU disse que o Sínodo dos Bispos dedicado à Amazónia, marcada para
outubro no Vaticano, tem nos seus objetivos “refletir” sobre o papel povos
indígenas” e “o compromisso da Igreja Católica” na sua proteção e promoção.
“A reunião do Sínodo dos Bispos, solicitada pelo Papa
Francisco, terá como objetivo refletir, entre outras questões, sobre a
contribuição dos povos indígenas que vivem naquela região para a cultura da
mundo e o compromisso da Igreja Católica em proteger e promover sua herança”,
afirmou o arcebispo Ivan Jurkovič, esta quarta-feira, em Genebra, numa
intervenção enviada hoje à Agência ECCLESIA.
‘Amazónia: Novos
caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral’ é o tema da assembleia
especial do sínodo, de 6 a 27 de outubro, e o documento de trabalho alertou,
por exemplo, para a “falta de demarcação dos territórios indígenas e a falta de
reconhecimento do seu direito à terra”, a “rápida perda da biodiversidade”,
pela extinção de espécies da flora e da fauna.
Para o observador
permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, o “papel crucial” desempenhado pelas
comunidades indígenas em relação às suas terras ancestrais “exige um modelo
diferente de desenvolvimento”.
Falando na 42.ª Sessão
do Conselho dos Direitos Humanos, no painel anual sobre Povos Indígenas, D.
Ivan Jurkovič explicou que a Igreja Católica “continua a promover as línguas
indígenas”, construindo centros de estudo, supervisionando a composição de
livros de gramática e encomendando numerosas traduções.
A partir do documento
de trabalho do sínodo, destacou que, “em vários lugares do mundo”, como na
Região Amazónica “já existem alguns centros de comunicação social administrados
pelos próprios indígenas”, onde experimentam “a alegria de poder expressar as
suas próprias palavras e voz, não apenas para suas próprias comunidades, mas
também para o mundo exterior”.
O arcebispo esloveno
começou por assinalar que a Assembleia Geral da ONU decidiu que 2019 é o Ano
Internacional das Línguas Indígenas e referiu que o “património cultural”
destes povos, “cujas línguas são de importância crucial”, deve ser considerado
um “enriquecimento da identidade cultural de um Estado”.
“O Direito Internacional dos Direitos Humanos é claro ao enquadrar a proteção das línguas tradicionais dentro de um amplo espetro de direitos políticos, sociais, económicos e culturais aos quais os indígenas têm direito, independentemente de estarem a viver em comunidades indígenas ou em assentamentos urbanizados”, desenvolveu.
“O Direito Internacional dos Direitos Humanos é claro ao enquadrar a proteção das línguas tradicionais dentro de um amplo espetro de direitos políticos, sociais, económicos e culturais aos quais os indígenas têm direito, independentemente de estarem a viver em comunidades indígenas ou em assentamentos urbanizados”, desenvolveu.
D. Ivan Jurkovič
referiu que a “preservação das línguas indígenas” enriquece a “família de
nações em humanidade” e fornece “conhecimentos mais necessários em relação à
preservação do meio ambiente” e defendeu que os povos indígenas devem ser envolvidos
“como parceiros essenciais na implementação” dos 17 Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
A região
pan-amazónica tem uma extensão de 7,8 milhões de km2, incluindo áreas do
Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana
Francesa; dos seus cerca de 33 milhões de habitantes, 3 milhões são indígenas
pertencentes a 390 grupos ou povos.
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