CALÚNIA cancro diabólico
CALÚNIA cancro diabólico
Papa: a calúnia é “cancro
diabólico” que destrói a reputação de uma pessoa
"Estevão evangeliza com
força e parresia, mas sua palavra encontra resistências. Não encontrando outra
maneira de fazê-lo desistir, os seus adversários escolhem a solução mais
mesquinha para aniquilar um ser humano: a calúnia ou falso testemunho",
disse Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira.
Por Vatican News 26 Setembro, 2019
Estevão
«repleto do Espírito Santo» entre diakonia e martyria. Este foi o tema da
catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (25/09),
realizada na Praça São Pedro, com milhares de fiéis e peregrinos.
O Pontífice deu
continuidade ao ciclo de catequeses sobre o Livro dos Atos dos Apóstolos para
“seguir a viagem do Evangelho no mundo”. O evangelista Lucas mostra, com realismo,
a fecundidade dessa viagem e o surgimento de alguns problemas na comunidade
cristã.
Como harmonizar as
diferenças que existem dentro da comunidade cristã sem que ocorram contrastes e
divisões?
“A comunidade não acolhia somente os judeus, mas também os
gregos, ou seja, pessoas provenientes da diáspora, não judeus, com suas
culturas e sensibilidades. Também de outra religião. Nós, hoje, dizemos
“pagãos”. Eles eram acolhidos. Essa coexistência determina equilíbrios frágeis
e precários, e diante das dificuldades emerge o “joio”. E qual é o joio que
destrói a comunidade? O joio da murmuração, o joio da fofoca. Os gregos
murmuram pela falta de atenção da comunidade em relação às viúvas.”
“Como os Apóstolos agem
diante desse problema?”, perguntou o Papa.
Oração e pregação da Palavra
de Deus
“Iniciam um processo de
discernimento que consiste em considerar bem as dificuldades e procurar
soluções em conjunto. Encontram uma saída ao dividir as tarefas por um
crescimento sereno de todo o corpo eclesial e para não transcurar a “corrida”
do Evangelho e a atenção aos membros mais pobres.
Segundo Francisco, “os
Apóstolos estão cada vez mais conscientes de que a sua vocação principal é
a oração e a pregação da Palavra de Deus: rezar e anunciar o Evangelho, e
resolvem o problema instituindo um grupo de «sete homens de boa fama, repletos
do Espírito Santo e de sabedoria», que depois de receberem a imposição das
mãos, se encarregam de servir às mesas. Os diáconos são criados para isso,
para o serviço. O diácono, na Igreja, não é um segundo sacerdote. Não, não. É
outra coisa”.
O diácono não é para o altar, não: é para o serviço. Ele
é o guardião do serviço na Igreja. Quando um diácono gosta muito de ir para o
altar, ele está errado. Este não é o seu caminho. Essa harmonia entre serviço à
Palavra e serviço à caridade é um fermento que faz crescer o corpo eclesial.
“Criam sete diáconos”,
frisou o Papa, e dentre eles destacam-se Estevão e Felipe. “Estevão evangeliza
com força e parresia (audácia), mas sua palavra
encontra resistências. Não encontrando outra maneira de fazê-lo desistir, os
seus adversários escolhem a solução mais mesquinha para aniquilar um ser
humano: ou seja, a calúnia ou falso testemunho. Nós sabemos que a calúnia mata.
Sempre.”
Calúnia, cancro diabólico
“
ESSE “CANCRO DIABÓLICO” QUE É A CALÚNIA, QUE NASCE DO DESEJO DE DESTRUIR A
REPUTAÇÃO DE UMA PESSOA, TAMBÉM AGRIDE O RESTO DO CORPO ECLESIAL E O DANIFICA
SERIAMENTE QUANDO, DEVIDO A INTERESSES MESQUINHOS OU PARA ENCOBRIR AS PRÓPRIAS
FALHAS, SE ALIAM PARA DIFAMAR ALGUÉM. ”
“Levado ao Sinédrio e acusado
de falso testemunho, fizeram o mesmo com Jesus e o mesmo farão com todos os
mártires: falsos testemunhos, calúnias”, frisou o Papa.
Estêvão proclama uma
releitura da história sagrada centrada em Cristo, para se defender.
“A Páscoa de Jesus morto
e ressuscitado é a chave de toda a história da Aliança. Estêvão denuncia
corajosamente a hipocrisia com a qual os profetas e o próprio Cristo foram
tratados. «A qual dos profetas os pais de vocês não perseguiram? Eles mataram
aqueles que anunciavam a vinda do Justo, do qual agora vocês se tornaram
traidores e assassinos». Não usa meio termo, Estêvão fala claro, diz a verdade.
Isso causa a reação violenta dos ouvintes, e Estêvão é condenado à morte, à
lapidação”, sublinhou o Pontífice. Ele coloca “a sua vida nas mãos do Senhor e
a sua oração é linda naquele momento: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito» e
morre como filho de Deus perdoando: «Senhor, não os condenes por este pecado.»”
A Igreja de hoje é rica de
mártires
Segundo Francisco, “essas
palavras de Estevão nos ensinam que não são os bonitos discursos que revelam a
nossa identidade como filhos de Deus, mas apenas o abandono da vida nas mãos do
Pai e o perdão aos que nos ofendem nos mostram a qualidade da nossa fé”.
“A Igreja de hoje é rica de mártires – hoje existem mais
mártires do que no tempo do início da Igreja, e os mártires estão por toda
parte; a Igreja é irrigada pelo seu sangue que é a “semente de novos cristãos”
e garante crescimento e fecundidade ao povo de Deus. Os mártires não são
“santinhos”, mas homens e mulheres de carne e osso que, como diz o Apocalipse,
“lavaram suas vestes, tornando-as brancas no sangue do Cordeiro”. Eles são os
verdadeiros vencedores”,concluiu o Papa.
Mariangela Jaguraba – Cidade do
Vaticano
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