ECOLOGIA/ mudanças climáticas N.York
ECOLOGIA/mudnças climáticas -N. Iorque
Cientistas alertam que
mudanças climáticas estão acontecendo ‘antes e pior’ do que o previsto
Publicado
em 24/09/2019
Cientistas especializados em clima apresentaram no
domingo (22) um relatório que expõe de que forma, nos últimos anos, o
aquecimento global, o aumento de nível dos mares, a diminuição das geleiras e a
poluição por carbono aceleraram.
O
documento mostrou que houve aumento recorde da temperatura média global, que
está 1,1°C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900) e 0,2°C mais quente do
que no período de 2011-2015.
A
maior geleira dos Alpes suíços, o Aletschgletscher, está derretendo rapidamente
e pode desaparecer completamente em 2100. Foto: Geir Braathen
Cientistas especializados em
clima apresentaram
no domingo (22) um relatório que expõe de que forma, nos
últimos anos, o aquecimento global, o aumento de nível dos mares, a diminuição
das geleiras e a poluição por carbono aceleraram.
O relatório, apresentado durante
Cúpula de Ação Climática das Nações Unidas na segunda-feira (23), destacou a
disparidade crescente e evidente entre os objetivos e a realidade do combate às
mudanças climáticas.
O documento, elaborado pela
Organização Meteorológica Mundial (OMM), inclui detalhes sobre a situação do
clima global e apresenta tendências das emissões e concentrações atmosféricas
dos principais gases que contribuem para o efeito estufa.
Entre outras conclusões, o
relatório afirmou que o acelerado derretimento das geleiras e os consequentes
aumento do nível dos oceanos e eventos climáticos extremos são responsáveis
pelo aumento recorde da temperatura média global, que está 1,1°C acima dos
níveis pré-industriais (1850-1900) e 0,2°C mais quente do que no período de
2011-2015.
O documento destacou a urgência
de transformações socioeconômicas fundamentais e ações de controle das emissões
de CO2 em setores essenciais para evitar um aumento perigoso da temperatura
global, que pode ter impactos potencialmente irreversíveis.
A avaliação, feita pelas
principais organizações científicas e por especialistas em clima, ocorreu antes
da Cúpula de Ação Climática da ONU e em meio à “greve climática que aconteceu
na semana anterior e contou com milhões de estudantes de todo o mundo que foram
às ruas para exigir ações reais por parte de políticos e grandes corporações
para reverter os impactos do que o secretário-geral da ONU, António Guterres,
chamou de uma ‘emergência climática'”, disse o documento.
Os cientistas apontaram que agora
existe um risco real de que limiares críticos possam ser ultrapassados.
O relatório mostrou que a
temperatura média global média do período de 2015 a 2019 caminha para ser a mais
quente de qualquer período equivalente já previamente registado. Estima-se que
o período seja 1,1°C mais quente do que nas eras pré-industriais (1850–1900).
Ondas de calor generalizadas e
duradouras, incêndios recordes e outros acontecimentos devastadores como
ciclones tropicais, inundações e secas tiveram um impacto significativo no meio
ambiente e no desenvolvimento socioeconômico, apontou o documento. Além disso,
à medida que as alterações climáticas se intensificam, cidades ficam
particularmente vulneráveis a impactos como estresse térmico, devendo
desempenhar papel fundamental na redução das emissões de CO2 no nível local e
global.
Neste contexto, o cumprimento
das metas estabelecidas no Acordo de Paris de 2015 exige ações imediatas e
abrangentes, que englobam a descarbonização complementada por medidas políticas
substanciais, proteção e melhoria de sumidouros de carbono e biodiversidade,
bem como o esforço para remover o CO2 da atmosfera.
“Estratégias para mitigação e a
intensificação da gestão de riscos adaptáveis são necessárias daqui para
frente. Nenhuma (estratégia) basta isoladamente, dado o ritmo e a magnitude dos
impactos das alterações climáticas”, disse o relatório, alertando que será
necessário triplicar a ambição para frear o aumento da temperatura global em
mais de 2°C acima dos níveis pré-industriais.
Os cientistas afirmaram que
“apenas ações imediatas e abrangentes englobando a descarbonização profunda
complementada por medidas políticas, a proteção e a melhoria de sumidouros de
carbono e a biodiversidade e esforços para remover CO2 da atmosfera nos
permitirão alcançar (os objetivos) do Acordo de Paris.”
“Os dados científicos e
resultados apresentados no relatório representam as últimas informações
oficiais deste tema. Ele destaca a necessidade urgente de desenvolver ações
concretas que impeçam os piores efeitos das alterações climáticas”, disse o
Grupo Consultivo Científico à Cúpula do Clima, chefiado pelo secretário-geral
da OMM, Petteri Taalas, e por Leena Srivastava, vice chanceler da Escola TERI
de Estudos Avançados.
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