MOÇAMBIQUE/ visita do Papa Francisco, segundo Papa a visitar Moçambique, recebido em festa
MOÇAMBIQUE/ visita do Papa
Francisco, segundo Papa a visitar Moçambique, recebido em festa
Set 4, 2019 - 6:22
Visita marcada pela atenção aos
mais pobres e aos conflitos
Foto: Lusa |
O Papa Francisco chegou hoje a
Maputo, cerca das 18h10 locais (menos uma em Lisboa), dando início à sua
quarta viagem a África, com passagens previstas por Moçambique, Madagáscar e
Maurícia, num programa marcado pela atenção aos mais pobres e aos conflitos.
Moçambique
A viagem a Moçambique, a
convite das autoridades políticas e da Conferência Episcopal, tem o lema
‘Esperança. Paz. Reconciliação’, centrando-se na área de Maputo.
“Que o Deus e Pai de todos
consolide a reconciliação, reconciliação fraterna em Moçambique e na África
inteira, única esperança para uma paz firme e duradoura”, deseja Francisco,
numa intervenção, em vídeo, divulgada pelo Vaticano.
O avião papal fez cerca de 10
horas de voo para percorrer 7836 quilómetros até à capital moçambicana,
sobrevoando a Itália, Grécia, Egito, Sudão, Sudão do Sul, Uganda, Tanzânia,
Malauí e Zâmbia.
No aeroporto de Maputo, o Papa
foi acolhido, com honras militares e danças típicas, pelo presidente da
República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, um grupo de fiéis e
autoridades civis e eclesiásticas, não estando previstos discursos.
“Todos os moçambicanos são
exortados a acompanhar esta visita. É um dia de festa, e é um momento para
celebrarmos e para estarmos juntos”, afirmou Nyusi.
O Papa cumprimentou os vários
bispos de Moçambique, incluindo o missionário português D. Diamantino Antunes,
responsável pela Diocese de Tete.
Do aeroporto, Francisco
percorreu sete quilómetros em papamóvel até à nunciatura apostólica, onde fica
alojado durante a sua visita ao país, cumprimentando milhares de pessoas que o
esperavam à berma da estrada.
A 1 de agosto, o presidente
moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, assinaram um
acordo de cessação das hostilidades, para o fim formal dos confrontos entre as
forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.
Convido todos a unirem-se à minha oração para que
Deus, Pai de todos, consolide em toda a África, a reconciliação fraterna, única
esperança para uma paz sólida e duradoura. #ViagemApostólica #Moçambique #Madagascar #Maurício
A agenda inclui um encontro no
hospital Zimpeto com doentes assistidos pela comunidade católica de Santo
Egídio, no programa “Reforço de Recursos e Medicamentos contra a Malnutrição e
SIDA” (DREAM, sigla inglesa), para pessoas com HIV/SIDA; a comunidade mediou o
acordo de paz para Moçambique, em 1992.
Francisco convida todos a
rezar pela paz, evocando a vista de São João Paulo II a Moçambique, até hoje o
único pontífice a visitar o país lusófono – de 16 a 19 de setembro de 1988, no
contexto de uma viagem alargada a África.
Antes de deixar sua residência
no Vaticano, a Casa de Santa Marta, o Papa recebeu 12 pessoas acolhidas pelo
Centro Astalli e pela Comunidade de Santo Egídio, provenientes de Moçambique,
Madagáscar e Maurícia, um grupo acompanhado pelo esmoler pontifício, cardeal
Konrad Krajewski.
Ainda esta manhã, através do
Twitter, Francisco convidou os fiéis a unirem-se a ele em oração, para que
“Deus, Pai de todos, consolide em toda a África a reconciliação fraterna, única
esperança para uma paz sólida e duradoura”.
Em entrevista ao portal
‘Vatican News’, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano,
referiu que o objetivo da visita do Papa aos três países é de promover a paz e
o diálogo: “Primeiro será a insistência no tema da paz e depois certamente o
tema do cuidado com a Criação, em consonância com a Laudato si”.
O programa oficial começa na
manhã desta quinta-feira com a visita ao Palácio da Ponta Vermelha, para um
encontro com o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, seguindo-se a primeira das
cinco intervenções pontifícias programadas, um discurso a representantes da
sociedade civil e do corpo diplomático.
Ainda nesse dia, Francisco
preside a um encontro inter-religioso de jovens, no Pavilhão de Maxaquene; à
tarde, o Papa encontra-se com membros do clero, de institutos religiosos
católicos, animadores e catequistas, na Catedral da Imaculada Conceição.
A agenda de 6 de setembro
começa com uma visita ao hospital do Zimpeto, onde o pontífice fará uma
saudação; o momento conclusivo da viagem é a Missa no Estádio do Zimpeto,
inaugurado em 2011; Francisco parte depois do aeroporto de Maputo, rumo a
Antananarivo (Madagáscar), visitando ainda o território malgaxe e a Maurícia,
até 10 de setembro.
Mdagáscar
Em Madagáscar, um dos países
mais pobres do mundo, Francisco vai encontrar-se com sobreviventes de uma
epidemia de sarampo que, de abril de 2018 a abril de 2019, causou 1200 mortes.
Murícias
Já na Maurícia, no Oceano
Índico, a atenção irá para a o diálogo entre culturas: “Será para mim uma
alegria anunciar o Evangelho no meio do vosso povo, que se distingue por ter
sido formado a partir do encontro de diferentes etnias e que, portanto, goza da
riqueza de várias tradições culturais e também religiosas”.
Em 29 viagens visitou 43 píses
Francisco fez até hoje 29
viagens internacionais, nas quais visitou 43 países, passando pelo Brasil,
Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas,
Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda,
República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão,
Suécia, Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile, Perú, Bélgica,
Irlanda, Lituânia, Estónia, Letónia, Panamá, Emirados Árabes Unidos, Marrocos,
Bulgária, Macedónia do Norte e Roménia; as cidades de Estrasburgo (França),
onde esteve no Parlamento Europeu e o Conselho da Europa, Tirana (Albânia),
Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) e Lesbos (Grécia).
OC
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