COMUNICAÇÃO / é «missão»
COMUNICAÇÃO / é «missão»
Comunicação
é «uma missão» para a Igreja Católica, diz o Papa
Set 23, 2019 - 11:38
Francisco recebeu responsáveis da Secretaria
para a Comunicação, incluindo D. Nuno Brás
O Papa Francisco sustentou hoje no Vaticano que
a comunicação é uma “missão” para a Igreja Católica, que exige investimento e
“coragem”.
“Para a Igreja, a comunicação é uma missão.
Nenhum investimento é demasiado alto para espalhar a Palavra de Deus. Ao mesmo
tempo, todo o talento deve ser bem empregue, feito para dar frutos”, referiu,
no discurso que entregou aos responsáveis da Secretaria para a Comunicação
(Santa Sé), incluindo D. Nuno Brás, bispo do Funchal.
Francisco deixou de lado o texto que tinha
preparado, confiando-o a Paolo Ruffini, o primeiro leigo a desempenhar o papel
de prefeito de um Dicastério da Santa Sé.
Já na sua intervenção improvisada, o Papa pediu
uma comunicação “austera, mas bonita”, que transmita a mensagem como
“testemunho” e através de “substantivos”, sem adjetivar as pessoas
“Comunicação como mártires, isto é, como
testemunhas de Cristo: como mártires”, precisou.
O Papa observou que, na Igreja Católica,
comunicar não é um trabalho de “publicidade”, mas uma imitação do “ser de
Deus”, que não pode ficar sozinho, pelo que se deve transmitir “o verdadeiro, o
certo, o bom e o belo”.
A intervenção alertou para a tentação de
“resignação” perante a falta de meios, observando que os “poucos” têm a missa
de ser como o “fermento, como o sal”.
Todos os presentes no encontro cumprimentaram
Francisco pessoalmente.
A Assembleia Plenária da Secretaria para a
Comunicação decorre até quarta-feira, no Vaticano.
Ainda esta manhã, o Papa recebeu uma delegação
da União Católica de Imprensa Italiana, a quem pediu que sejam “a voz da
consciência de um jornalismo capaz de distinguir o bem do mal, as escolhas
humanas das desumanas”.
“O jornalista – que é o cronista da história – é
chamado a reconstruir a memória dos factos, a trabalhar pela coesão social, a
dizer a verdade a todo o custo: também há uma parrésia, isto é, uma coragem do
jornalista, mas sempre respeitoso, nunca arrogante”, apontou.
Francisco assinalou que a comunicação tem
necessidade de palavras “verdadeiras” no meio de palavras “vazias”, criticando
o “alambique” dos interesses financeiros que limitam opções editorais.
“Na era da Web, a tarefa do jornalista é
identificar fontes fiáveis, contextualizar, interpretar e hierarquizar. Eu dou
sempre este exemplo: uma pessoa morre congelada na rua e isso não é notícia; a
bolsa cai dois pontos e todas as agências falam jornalistas sobre isso”,
ilustrou.
Em conclusão, o Papa desafiou os a “inverter a
ordem das notícias” para “dar voz àqueles que não as têm”.
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