MADAGÁSCAR/visita do Papa Francisco
MADAGÁSCAR/visita do Papa Francisco
Bispo português fala em «momento histórico», à espera do Papa Francisco
Set 4, 2019 - 13:38
D. José Alfredo Caires, na
Diocese de Mananjary há duas décadas, lamenta clima de corrupção que potencia
pobreza no país
O bispo da Diocese de
Mananjary, em Madagáscar, disse hoje à Agência ECCLESIA que a visita do Papa
Francisco vai ser um “momento histórico” para o país, um dos mais pobres do
mundo.
“Neste momento histórico da vida social e política de Madagáscar, a visita
do Papa é uma Bênção para o nosso povo Malgaxe e para Igreja em missão”,
assinala D. José Alfredo Caires, missionário que em 2000 foi nomeado bispo, por
São João Paulo II.
O Papa polaco foi, até hoje, o único pontífice a visitar a ilha do Índico,
em 1989; Francisco chega a Antananarivo, capital do país, esta sexta-feira,
depois da passagempor Moçambique.
Para o bispo de Mananjary, a visita do atual Papa deve deixar uma mensagem
de “amor” e “esperança” para a sociedade.
“Estamos num país muito rico em recursos naturais mas que vive na pobreza,
eu diria na miséria – somos considerados um dos países mais pobres; estamos num
pais onde há paz – ou seja não há guerras -, mas reina a corrupção em todos os
setores sociais e um banditismo galopante”, denuncia o religiosa, natural da
Madeira.
Em Madagáscar desde 1982, como missionário dehoniano, D. José Alfredo
Caires destaca a “simplicidade” do Papa Francisco, desejando-lhe as
boas-vindas, “tonga soa” em malgaxe.
D. José Alfredo Caires (D), na companhia de D. Manuel Quintas, bispo do Algarve |
D. José Alfredo Caires (D), na
companhia de D. Manuel Quintas, bispo do Algarve
Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar ao território, em
1500; em 1896, a ilha tornou-se uma colónia francesa e a independência data de
1960.
Os católicos representam 34,8% da população de Madagáscar, segundo dados
divulgados pelo Vaticano; a Igreja Católica tem mais de 6 mil escolas, desde o
ensino primário à Universidade, onde estudam quase 700 mil alunos, além de
várias outras instituições de ação social.
No domingo, o Papa vai visitar ‘Akamasoa’, a Cidade da Amizade que nasceu
em 1989 pela mão do religioso argentino Pedro Opeka, uma iniciativa que
permitiu tirar milhares de pessoas de uma lixeira, dando-lhes emprego numa
pedreira de granito.
Francisco vai também encontrar-se com os sobreviventes de uma epidemia de
sarampo que, de abril de 2018 a abril de 2019, causou 1200 mortes em
Madagáscar.
OC
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