AMBIENTE/ clima pessoa no centro Secretário-geral da ONU diz que líderes internacionais têm que colocar as pessoas no centro de suas políticas
AMBIENTE/ clima pessoa no centro
Secretário-geral da ONU diz que líderes internacionais têm que colocar
as pessoas no centro de suas políticas
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ONU. Em entrevista a jornalistas, Guterres destacou emergência climática, aumento da desigualdade, da intolerância e do ódio como alguns dos desafios atuais. |
18 setembro 2019
Em
entrevista coletiva, Guterres diz que cooperação é mais necessária que nunca;
ação e ambição são palavras-chave nessa Assembleia.
O
secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o mundo está vivendo
momentos críticos em várias frentes.
Em
entrevista a jornalistas, às vésperas da abertura do debate de líderes
internacionais na Assembleia Geral, Guterres destacou emergência climática,
aumento da desigualdade, da intolerância e do ódio como alguns dos desafios
atuais.
Cooperação
Internacional
Além
disso, preocupam o líder das Nações Unidas o aumento de tensões em todas as
partes e um número alarmante de ameaças à paz e à segurança. Para ele, a
cooperação internacional é mais necessária que nunca. E além de discursos, é
preciso demonstrar às pessoas que líderes e instituições internacionais se
preocupam com elas.
Há
alguns meses, ao se referir à reunião de alto nível sobre o Clima, o
secretário-geral pediu que os chefes de Estado e Governo trouxessem para a ONU
planos em vez de discursos.
Para
Guterres, existem duas palavras-chave: ação e ambição. Segundo ele, a ONU deve
ser apresentada como um centro de soluções e um motor para mudanças positivas e
significativas na vida das pessoas.
ONU News/Daniel Dickinson
Guterres foi direto ao dizer que o mundo já
está perdendo a luta contra a mudança climática. |
Mudança
Climática
Guterres
foi direto ao dizer que não há mais tempo a perder. E que o mundo já está
perdendo a luta contra a mudança climática. Ao fazer um balanço sobre os
avanços da implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o
secretário-geral disse que o mundo está "fora dos trilhos" para
alcançar os ODSs.
O
chefe da ONU vê as duas semanas de debate geral como uma oportunidade de
aliviar as tensões, especialmente na região do Golfo. Ele citou ainda a
importância da promoção do diálogo e da construção de soluções políticas para a
Líbia e para o Iêmen, desde a questão da Síria até à situação
israelense-palestina, do Afeganistão ao Sudão do Sul.
António
Guterres afirma que com a chegada de um alto número de líderes mundiais à ONU,
existe uma chance de se avançar com a diplomacia para a paz.
Ele
disse que o foco para as reuniões da próxima semana será o desenvolvimento
inclusivo e sustentável, sem deixar ninguém para trás.
O
chefe da ONU disse que temas como mudança climática, que ameaça a tudo e a
todos, estarão na mira dos holofotes da Assembleia Geral.
Foto ONU/ Mark Garten
Aquecimento do Ártico está a impulsionar
muitas das mudanças em curso na região, incluindo a perda de gelo marinho e alterações nos ecossistemas terrestres e marinhos. |
Eventos
sobre Clima
Os
eventos começam no sábado, 21 de setembro, com a Cúpula da Juventude sobre o
Clima. Na segunda, 23, será a vez de líderes internacionais se reunirem sobre o
tema no Encontro de Cúpula sobre o Clima.
Guterres
falou da devastação que presenciou durante sua visita às Bahamas, no fim de
semana, após a passagem do furacão Dorian. Segundo ele, temperaturas
extremas vão causar mais e mais eventos desta natureza.
Ele
disse esperar que a reunião de alto nível produza um grande número de planos
para reduzir, dramaticamente, a quantidade de emissões de dióxido de carbono
durante a próxima década. O plano da ONU é que o mundo atinja a neutralidade de
carbono até 2050.
Foto ONU/Eskinder Debebe
Abertura
da 74º Assembleia Geral da ONU acontece nesta terça-feira.
Prioridades
Nesta
nova sessão da Assembleia, o líder da ONU esperar iniciativas para que o mundo
abandone a produção de carvão como fonte de energia e acabe com subsídios a
combustíveis fósseis, cortando a poluição que prejudica a saúde.
Guterres
destacou a importância de se aumentar o número de soluções verdes, de
construção da resiliência e a mobilização de financiamento e de trabalhos
decentes para fazer a transição adequada para uma economia de matrizes limpas.
Ele afirma que a ONU já está fazendo sua parte.
Nesta
quarta-feira, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud,
anunciou a Promessa do Clima, uma iniciativa para impulsionar o apoio a 100
países com suas ações nacionais com base no Acordo de Paris sobre Mudança
Climática, até 2020.
Foto:
UnicefEthiopia/2018/Mersha
A
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável enfatiza a necessidade de “não
deixar ninguém para trás”.
Empregabilidade
Ainda
nesta quarta-feira, ele a Organização Internacional do Trabalho, OIT, com o
apoio de Espanha e Peru lança a Ação Climática para Empregos. A proposta é
priorizar a criação de empregos e a proteção da subsistência nos planos
nacionais sobre o clima.
O
líder da ONU lembrou que cerca de 1,2 bilhão de pessoas, ou 40% do emprego
mundial, dependem de um ambiente estável e saudável.
Ele
disse que a todos têm uma contribuição a dar: governos, setor privado e
cidadãos em todas as partes.
Agenda
2030
Na
terça-feira, a ONU lançará a Década de Ação para entrega de resultados da
Agenda 2030.
Para
Guterres, o caminho a seguir não é aquele visto sob o prisma da economia da
década passada, mas a economia do próximo decênio baseada no potencial da
Quarta Revolução Industrial.
Ele
concluiu destacando outros eventos de alto nível como um sobre cobertura
universal de saúde, o de desafios enfrentados por pequenos Estados-ilha e o de
financiamento para o desenvolvimento para se alcançar a Agenda 2030, além de
vários encontros sobre paz e segurança.
ONU Viena/Nikoleta Haffar
Guterres
e a jovem ativista Greta Thunberg na sede da ONU em Viena,
Juventude
Guterres
disse que tem uma mensagem simples aos líderes internacionais: priorizem as
pessoas, suas demandas, suas aspirações e seus direitos.
As
pessoas querem soluções, compromissos e ações de seus governantes. E para ele,
esta mensagem vai ser ouvida, logo no sábado, quando a juventude assumir o
microfone na ONU.
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