COVID-19 vacina gratuita para todos

COVID-19 vacina
Mais de 140 líderes mundiais se unem para dizer que acordo sobre vacina “não pode esperar”
BR 14 maio 2020 ONUNEWS
Unsplash
Pesquisas para desenvolver uma vacina 
contra o coronavírus estão em andamento
Mais de 140 líderes mundiais estão fazendo um apelo por um acordo que garanta que vacinas, diagnósticos, testes e tratamentos contra a covid-19 sejam fornecidos de forma gratuita a todos, em todos os lugares. 
Entre os chefes de Estado e de governo lusófonos que assinam a carta, estão o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro das finanças Nelson Barbosa, o ex-presidente de Moçambique Joaquim Chissano, o ex-presidente timorense José Manuel Ramos-Horta e o ex-primeiro-ministro de Portugal e antigo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso. 
Importância
A carta foi coordenada pelo Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids, Unaids, e pela Oxfam Internacional, uma confederação de 19 ONGs e mais de 3 mil parceiros. O pedido é feito dias antes de os ministros da Saúde se reunirem, através da internet, para a Assembleia Mundial da Saúde, que começou em 18 de maio.
Em nota, o ex-ministro das finanças brasileiro disse que "as soluções de mercado não são ideais para combater uma pandemia." Segundo Nelson Barbosa, “um sistema público de saúde, incluindo vacinação e tratamento gratuitos quando disponíveis, é essencial para lidar com o problema.”
O ministro deu o exemplo da experiência brasileira com o licenciamento obrigatório de medicamentos antiretrovirais contra HIV, que são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde desde 1996.
Apelo
A carta, que marca o pedido mais ambicioso alguma vez feito por líderes mundiais em relação a uma vacina, exige que todas as vacinas, tratamentos e testes sejam isentos de patentes, produzidos em massa, distribuídos de forma justa e disponibilizados a todas as pessoas, em todos os países, de forma gratuita.
Outros signatários incluem representantes da Libéria, Reino Unido, México, Canadá, Holanda e também oficiais da ONU, como a antiga administradora do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, Pnud, e ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark.
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, lembrou que "biliões de pessoas aguardam uma vacina, que representa a melhor esperança para acabar com a pandemia." Segundo ele, “toda a ciência deve ser compartilhada entre governos e ninguém deve ser empurrado para o final da fila por causa de onde moram ou seu salário.”
Avanços 
Já o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, afirmou que "nenhum líder pode ficar tranquilo até que todos os cidadãos de cada país possam ter acesso rápido e gratuito a uma vacina."
Na carta, os líderes reconhecem que estão sendo feitos progressos e que muitos países e organizações internacionais estão cooperando de forma multilateralmente. Eles destacam ainda os US$ 8 biliões recebidos em 4 de maio na maratona internacional de compromissos organizada pela União Europeia.

Para a ex-primeira-ministra Helen Clark, esta é a hora de esquecer-se de deferências diplomáticas para se obter garantias legais de que o compromisso será feito.

Comentários

Mensagens populares