ANO DA Laudato Sí
ANO DA Laudato Sí
Ano Especial dedicado à Encíclica Laudato si’
No
próximo domingo, 24 de maio, com a “oração comum pela terra e a humanidade”,
terá início o Ano Especial dedicado à Encíclica Laudato si'. Promovido pelo
Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, será marcado por
vários encontros para aprofundar o tema da ecologia integral.
Por Vatican News
20
Maio, 2020
D.R. |
A ecologia integral se torne um novo paradigma da
justiça, porque a natureza não é uma “mera moldura” da vida humana: este é o
coração da segunda Encíclica do Papa Francisco, “Laudato si’, sobre o cuidado
da Casa comum”.
Assinada pelo Pontífice em 24 de maio de 2015,
Solenidade de Pentecostes, e divulgada em 18 de junho do mesmo ano, o documento
está no centro, até o próximo domingo, da “Semana” especial que comemora seu
quinto aniversário. Dividida em seis capítulos, a Encíclica, que leva o título
da invocação de São Francisco de Assis no “Cântico das criaturas”, reúne, na
ótica da colegialidade, várias reflexões das Conferências Episcopais do mundo e
se conclui com duas orações, uma inter-religiosa e uma cristã, pela proteção da
Criação.
Título extraído do Cântico das
criaturas de São Francisco
“Laudato si’, mi’ Signore, per sora nostra matre
Terra”: Francisco de Roma coloca-se na esteira de Francisco de Assis para
explicar a importância de uma ecologia integral que se torna um novo paradigma
de justiça, em que a preocupação com a natureza, a equidade para com os pobres,
o compromisso com a sociedade, são inseparáveis. Nos seis capítulos da
encíclica, o Papa evidencia que a nossa terra, maltratada e saqueada, requer
uma “conversão ecológica”, uma “mudança de rumo”, para que o homem possa
assumir a responsabilidade de “cuidar da casa comum”. Um compromisso que também
inclui a erradicação da miséria, atenção aos pobres e o acesso igual para
todos, aos recursos do Planeta.
Diagnóstico detalhado dos males do Planeta
Portanto, a Encíclica faz um diagnóstico detalhado
dos males do Planeta: poluição; mudanças climáticas; desaparecimento da
biodiversidade; dívida ecológica entre o norte e o sul do mundo, ligada a
desequilíbrios comerciais; antropocentrismo; predomínio da tecnocracia e das
finanças, que leva a salvar os bancos em detrimento da população; propriedade
privada não subordinada ao destino universal dos bens. Parece prevalecer uma
“cultura do descarte”, do usa e joga fora que leva à exploração de crianças, ao abandono dos idosos, à redução
dos outros à escravidão e à prática do comércio de diamantes
ensanguentados. É a mesma lógica de muitas máfias, escreve Francisco, a lógica
do descarte dos nascituros que não correspondem aos projetos dos pais.
Defesa da natureza incompatível com a justificativa do aborto
Diante de tudo isso, explica a Encíclica, é
necessária uma “revolução cultural corajosa” que mantenha em primeiro plano o
valor e a proteção de toda vida humana, porque a defesa da natureza “é
incompatível com a justificativa do aborto” e “o abuso de qualquer criatura é
contrário à dignidade humana”. O Papa também reitera a necessidade de tutelar o
trabalho, parte do significado da vida nesta terra, e pede o diálogo entre
política e economia, em nome do bem comum. No âmbito internacional, o Pontífice
não poupa um julgamento severo sobre as cúpulas mundiais relativas ao ambiente
que decepcionaram as expectativas por falta de decisão política. No âmbito
nacional, no entanto, Francisco exorta a política a sair da lógica do lucro
imediato e da corrupção, em nome de processos de tomada de decisão honestos e
transparentes. Em essência, o que é necessário é uma nova economia, mais atenta
à ética.
Formação para uma ecologia integral
Certamente, sublinha a Encíclica, é preciso investir
na formação para uma ecologia integral, para compreender que o ambiente é um
dom de Deus, uma herança comum a ser administrada, não para ser destruída.
Bastam até pequenos gestos cotidianos: fazer uma coleta seletiva, não
desperdiçar água e comida, apagar as luzes desnecessárias, cobrir-se um pouco
mais em vez de ligar o aquecedor. Dessa forma, sentiremos que “temos uma
responsabilidade para com os outros e com o mundo e que vale a pena ser bons e
honestos”. Por fim, a Encíclica nos convida a olhar os Sacramentos, em particular
para a Eucaristia, que “une o céu e a terra e nos orienta a ser guardiões de
toda a Criação”. E então “Laudato si’”, conclui o Papa Francisco, porque “além
do sol, no final, nos encontraremos face a face com a beleza de Deus”.
A partir de 24 de maio, começa um Ano Especial
No próximo domingo, 24 de maio, se realizará uma
“oração comum pela terra e pela humanidade”. Terá início um Ano Especial
dedicado à Laudato si’, promovido pelo Dicastério para o Serviço do
Desenvolvimento Humano Integral, marcado por vários encontros sobre o tema da
ecologia integral. O Ano Especial se concluirá em 2021, mas tem como objetivo
propor um compromisso público comum com a “sustentabilidade total” a ser
alcançada em 7 anos. Estão envolvidas as famílias, dioceses, ordens religiosas,
universidades, escolas, unidades de saúde e o mundo dos negócios, com especial
atenção às empresas agrícolas.
Isabella Piro/Mariangela Jaguraba – Cidade do
Vaticano
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