JOÃO PAULO II homem da misericórdia
JOÃO PAULO II homem da misericórdia
Papa celebrou centenário do nascimento de São João Paulo II, «um homem
da misericórdia»
Mai 18, 2020 - 6:43
Data é assinalada em Lisboa com
celebração promovida pelo movimento juvenil «Eu Acredito»
O Papa presidiu hoje – 18/05 - a uma Missa junto ao túmulo de São João Paulo
II, na Basílica de São Pedro, assinalando o nascimento do santo polaco, que
evocou como “um homem da misericórdia”.
“Pensemos em quanto fez para que as pessoas
entendessem a misericórdia de Deus..
João Paulo II determinou, no ano 2000, que
o primeiro domingo a seguir à Páscoa, o segundo do Tempo Pascal, se passasse a
denominar da “Divina Misericórdia”, no seguimento das indicações redigidas no
‘Diário’ de Santa Maria Faustina Kowalska.
O primeiro Papa polaco da história
entendeu que “a justiça de Deus tinha este rosto de misericórdia”.
“Foi homem que queria a justiça, a justiça
social, dos povos, a justiça que afasta as guerras. A justiça plena”,
acrescentou, numa intervenção improvisada, como é habitual na celebração
matutina da Eucaristia a que preside diariamente.
No regresso das celebrações comunitárias
da Missa ao Vaticano, o Papa destacou que João Paulo II “percorreu o mundo
inteiro procurando o seu povo, tornando-se próximo”.
“Deu-nos exemplo desta proximidade, aos
grandes e pequenos, aos de perto e aos de longe”, acrescentou.
Perante algumas dezenas de pessoas
reunidas diante do túmulo do santo polaco, num dos altares laterais da Basílica
de São Pedro, Francisco destacou três
traços de “bom pastor” que se encontram no Papa que o criou cardeal em
2001: “A oração, a proximidade ao povo e o amor à justiça”.
“São João Paulo II era um homem de Deus
porque rezava”, apontou..
“Ele sabia bem que a primeira
missão de um bispo é rezar”, observou.
Ao longo da história, “o Senhor visitou o
seu povo”, enviando profetas, “homens de Deus”.
Rezemos-lhe hoje, para que nos dê a todos – especialmente aos pastores
da Igreja, mas a todos – a graça da oração, a graça da proximidade e a graça da
justiça-misericórdia, misericórdia-justiça”.
Karol Jozef Wojtyla nasceu em
Wadowice (Polónia), a 18 de maio de 1920; foi eleito Papa a 16 de outubro de
1978, e morreu no Vaticano, a 2 de abril de 2005; Francisco canonizou-o a 27 de
abril de 2014, perante mais de um milhão de pessoas.
Em 1938 foi admitido na Universidade
Jagieloniana, onde estudou poesia e drama; durante a II Guerra Mundial
(1939-1945) esteve numa mina em Zakrzowek, trabalhou na fábrica Solvay e
manteve uma intensa atividade ligada ao teatro, antes de começar
clandestinamente a sua formação como seminarista, acolhido pelo cardeal de
Cracóvia.
Karol Wojtyla foi ordenado sacerdote em
1946, no dia 23 de setembro de 1958 foi ordenado bispo-auxiliar do
administrador apostólico de Cracóvia.
Participou no Concílio Vaticano II, onde
colaborou ativamente nas comissões responsáveis pela Constituição Dogmática
Lumen Gentium e a Constituição Conciliar Gaudium et Spes; a 13 de janeiro de
1964 assume a sede episcopal de Cracóvia e, dois anos depois, o Papa Paulo VI
eleva a diocese a arquidiocese cria Karol Wojtyla cardeal, aos 47 anos, em maio
de 1967.
O cardeal Wojtyla foi eleito Papa no dia
15 de outubro de 1978, o primeiro pontífice não-italiano desde 1522.
Na habitual resenha biográfica que é
apresentada no calendário dos santos e beatos, João Paulo II é lembrado pela “extraordinária
solicitude apostólica, em particular para com as famílias, os jovens e os
doentes, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a todo o mundo”.
“Entre os muitos frutos mais
significativos deixados em herança à Igreja, destaca-se o seu riquíssimo
Magistério e a promulgação do Catecismo da Igreja Católica e do Código de
Direito Canónico para a Igreja latina e oriental”, pode ler-se.
Aos fiéis é proposta ainda uma passagem da
homilia de João Paulo II no início do seu pontificado, precisamente a 22 de
outubro de 1978, na qual afirmou: “Não
tenhais medo! Abri as portas a Cristo!”.
Entre os seus principais documentos,
contam-se 14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, 11 constituições
apostólicas e 45 cartas apostólicas.
João Paulo II realizou 104 viagens apostólicas
fora da Itália, a que se juntam 146 nesse país em 26 anos e meio de
pontificado; visitou 129 países diferentes e mais de mil cidades, num total de
quase 1300 quilómetros percorridos.
O santo polaco passou por Portugal em
1982, 1991 e 2000 – além de uma escala técnica no Aeroporto de Lisboa (2 de
março de 1983), a caminho da América Central.
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