NIGÉRIA seminarista morto


NIGÉRIA seminarista morto
Seminarista morto por tentar converter os próprios raptores, confessa autor do crime


 
Foto: AIS
O seminarista Michael Nnadi, de apenas 18 anos, foi assassinado por ter procurado converter os seus sequestradores. O autor do crime, actualmente na prisão, confessou como tudo aconteceu numa entrevista telefónica a um jornal nigeriano.
Segundo as palavras de Mustapha Mohammed ao jornal nigeriano Daily Sun, Michael foi morto porque “continuou a pregar o Evangelho de Jesus Cristo” durante os dias em que esteve em cativeiro.
Sequestrado por homens armados no Seminário do Bom Pastor, em Kaduna, no dia 8 de Janeiro deste ano, juntamente com outros três seminaristas, Michael Nnadi acabaria por ser assassinado mais tarde, com o corpo a ser descoberto no dia 1 de Fevereiro.
Os outros seminaristas seriam libertados. Um deles, a 19 de Janeiro, gravemente ferido, e os dois restantes no último dia do mês.
Na entrevista ao Daily Sun, Mustapha, de 26 anos de idade, elogia a “extraordinária coragem” de Nnadi, e afirma que o seminarista terá tentado convencê-lo a deixar o caminho da violência.
Assumindo-se como líder de um gangue com mais de quatro dezenas de membros, Mustapha contou que, desde o primeiro instante em cativeiro, o jovem seminarista procurou convertê-lo, não lhe dando um momento de paz.
O autor confesso do crime, que se encontra na prisão em Abuja, disse ainda que “não gostou da confiança” demonstrada pelo jovem seminarista e decidiu, por isso, matá-lo.
As palavras de Mustapha acabam por ser um extraordinário epitáfio para um jovem que vivia com alegria o sonho de se tornar sacerdote para servir a Igreja e a comunidade até ao fim dos seus dias. Acabou por fazê-lo tentando converter o seu próprio sequestrador. Tinha apenas 18 anos de idade.
O funeral de Michael Nnadi, no dia 11 de Fevereiro, reuniu largas dezenas de pessoas no seminário do Bom Pastor, precisamente o local onde foi sequestrado. D. Matthew Hassan Kukah recordou na ocasião que “a perseguição aos cristãos no norte” do país confunde-se com a própria existência da Nigéria, e acusou os poderes políticos de negarem a justa representatividade a esta comunidade religiosa e de terem “ignorado a destruição sistemática de igrejas durante todos estes anos”.
Durante a homilia, o Bispo de Sokoto fez referência à Fundação AIS, dizendo que elementos da instituição lhe telefonaram – “uma mensagem muito comovente” – logo após se ter sabido do sequestro dos seminaristas, oferecendo todo o apoio e conforto naquela situação tão delicada. O Bispo apontou ainda o dedo “aos assassinos do Boko Haram”, grupo terrorista responsável por uma das mais sanguinárias campanhas contra os cristãos no continente africano.

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