NIGÉRIA seminarista morto
NIGÉRIA seminarista morto
Seminarista morto por tentar converter os próprios raptores, confessa
autor do crime
12 Maio, 2020
Foto: AIS |
Segundo
as palavras de Mustapha Mohammed ao
jornal nigeriano Daily Sun,
Michael foi morto porque “continuou a pregar o Evangelho de Jesus Cristo”
durante os dias em que esteve em cativeiro.
Sequestrado
por homens armados no Seminário do Bom Pastor, em Kaduna, no dia 8 de Janeiro deste ano, juntamente com outros
três seminaristas, Michael Nnadi acabaria por ser assassinado mais tarde, com o
corpo a ser descoberto no dia 1 de Fevereiro.
Os
outros seminaristas seriam libertados. Um deles, a 19 de Janeiro, gravemente ferido, e os dois restantes no último dia do mês.
Na
entrevista ao Daily Sun,
Mustapha, de 26 anos de idade, elogia a “extraordinária coragem” de Nnadi, e
afirma que o seminarista terá tentado convencê-lo a deixar o caminho da
violência.
Assumindo-se
como líder de um gangue com mais de quatro dezenas de membros, Mustapha contou
que, desde o primeiro instante em cativeiro, o jovem seminarista procurou
convertê-lo, não lhe dando um momento de paz.
O
autor confesso do crime, que se encontra na prisão em Abuja, disse ainda que “não
gostou da confiança” demonstrada pelo jovem seminarista e decidiu, por isso,
matá-lo.
As
palavras de Mustapha acabam por ser um extraordinário epitáfio para um jovem
que vivia com alegria o sonho de se tornar sacerdote para servir a Igreja e a comunidade
até ao fim dos seus dias. Acabou por fazê-lo tentando converter o seu próprio
sequestrador. Tinha apenas 18 anos de idade.
O
funeral de Michael Nnadi, no dia 11 de Fevereiro, reuniu largas dezenas de
pessoas no seminário do Bom Pastor, precisamente o local onde foi
sequestrado. D. Matthew Hassan Kukah recordou
na ocasião que “a perseguição aos cristãos no norte” do país confunde-se com a
própria existência da Nigéria, e acusou os poderes políticos de negarem a justa
representatividade a esta comunidade religiosa e de terem “ignorado a
destruição sistemática de igrejas durante todos estes anos”.
Durante
a homilia, o Bispo de Sokoto fez
referência à Fundação AIS, dizendo que elementos da instituição lhe telefonaram
– “uma mensagem muito comovente” – logo após se ter sabido do sequestro dos
seminaristas, oferecendo todo o apoio e conforto naquela situação tão delicada.
O Bispo apontou ainda o dedo “aos assassinos do Boko Haram”, grupo terrorista responsável por uma das mais
sanguinárias campanhas contra os cristãos no continente africano.
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