EUROPA bem comum
EUROPA bem comum
Movimento Europeu de
Trabalhadores Cristãos afirma ser “o momento de fazer política pelo bem comum”
Dia da Europa motiva
comunicado “Requiem por uma Europa que deve morrer, poema a uma Europa sonhada”
Por autor
9
Maio, 2020
D.R. |
O Movimento Europeu de
Trabalhadores Cristãos (METC) escreve comunicado a propósito do Dia da Europa,
que se assinala este sábado, lembrando os valores da Europa e pedindo “política
pelo bem comum”.
“Vimos uma situação de
debilidade com Estados de bem-estar que desinvestiram na sua ação social e nos
serviços públicos (fruto das políticas de austeridade) e um mercado laboral
fortemente precarizado. É o momento de fazer política pelo bem comum”, alerta o
METC, em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
O Movimento, a que a LOC/MTC
de Portugal pertence, escreveu o comunicado intitulado “Requiem por uma Europa
que deve morrer, poema a uma Europa sonhada” reconhecendo como “os povos e os
trabalhadores se estão a organizar em redes de solidariedade e de apoio mútuo”
bem como “o renascimento da acção comunitária e uma atenção especial às pessoas
mais desprotegidas”.
Com o estado de pandemia
devido ao Covid-19 está prevista a “chegada de uma onda de desemprego no mundo
e na Europa em particular” e o METC pede “condições dignas” e
“rendimentos vitais suficientes”.
“É O MOMENTO DE FAZER POLÍTICA PELO BEM COMUM E
PARA ISSO, COMO INDICA O PAPA FRANCISCO, É NECESSÁRIO APLICAR MEDIDAS QUE
SUPEREM O PARADIGMA TECNOCRÁTICO DOMINANTE EM VIGOR”, ESCREVEM.
O comunicado, dividido em oito
pontos, divulga que se espera “ver estas dinâmicas nas instâncias que nos
governam e também nas empresas onde trabalhamos”.
“Dói-nos ver como na Europa e
nas instituições comunitárias os governos dos Estados membros reproduzem em
interesse próprio umas dinâmicas que já se deram, sem ir mais longe, na crise
financeira de 2008, e que devem ser superadas neste momento tão grave”,
apontam.
O documento aponta ainda
algumas medidas que esperam ver concretizadas seja o fotalecimento “dos
sistemas públicos de saúde e da protecção social”, a aplicação de “políticas de
regulação para proteger os trabalhadores”, reconstrução do “tecido produtivo e
industrial de proximidade que proporcione condições laborais dignas e minimize
o prejuízo ao meio ambiente e que os cidadãos paguem um preço justo por estes
produtos eticamente produzidos”.
“DEPENDE DE COMO A EUROPA ENFRENTE A
RECONSTRUÇÃO ECONÓMICA E SOCIAL DEPOIS DA PANDEMIA, A SUA EXISTÊNCIA TERÁ
SENTIDO (PORQUE CUMPRE UMA FUNÇÃO) OU SE DESMORONARÁ”, APONTA.
Sendo o “momento da
solidariedade, da cooperação mútua e da acção conjunta e consensualizada” o
comunicado sugere ainda que é “o momento para afastar, de uma vez por todas, o
populismo, o erguer de fronteiras, a fabricação e tráfico de armas, a
marginalização do diferente e a rejeição do imigrante”.
“É o momento de deixar de ser
credores de países pobres que já pagaram sobejamente as suas dívidas”, destaca.
O METC termina o comunicado reafirmando as “opções
cristãs” e o desejo que “todos os filhos da Europa” vivam na “plenitude a sua
condição humana e a sua dignidade de filhas e filhos de Deus.
“Uma Europa com o coração
aberto a todos os ventos de justiça, um coração misericordioso para proteger os
seus filhos mais débeis e para acolher os pobres que batem às nossas portas”.
SN
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