António VIEIRA Mendes (Padre)


FALECEU Padre ANTÓNIO VIEIRA MENDES
Padre António Vieira Mendes
No dia 12 de Setembro de 2013, faleceu no Seminário da Boa Nova, em Valadares, este nosso missionário incansável na Diocese de Nampula e em Portugal. Quem o não lembra sobretudo os que estiveram em Nampula, na Ilha de Moçambique (Lumbo), em António Enes (Angoche)…?
Deixa-nos um testemunho invulgar de amor e dedicação à obra missionária.Todos o lembramos com muita amizade, porque era uma figura simpática e exemplar.
Padre Vieira nasceu no Freixo, Marco de Canaveses, Diocese do Porto, no dia 23 de Maio de 1923.
Entrou no nosso Seminário de Tomar em 29 de Setembro de 1936. Fez o seu Juramento, na smbn, no dia 15 de Setembro de 1945, no Seminário de Cucujães. 
Foi ordenado sacerdote em 08 de Maio de 1949, em Cucujães. Devido a problema grave num rim (que lhe foi extraído), a sua ordenação sacerdotal foi antecipada, esperando‑se o pior da operação.
Depois de passagem pelos nossos seminários como Vice‑Prefeito, Prefeito e Professor quer dos alunos quer dos Irmãos, partiu para a diocese de Nampula (Moçambique) em 12 de Novembro de 1954. A saúde, embora frágil, permitia-lhe trabalhar em muito bom ritmo, sempre dedicado e jovial. Trabalhou na paróquia da catedral de Nampula como coadjutor e pároco interino, foi Professor de Religião e Moral na Escola Técnica da cidade, foi encarregado, pároco e superior de várias missões: Momola, Corrane, Malatane, Rapale. Foi também director espiritual do seminário médio. Todos os que com ele conviviam admiravam a sua jovialidade e dedicação ao trabalho. Nenhuma dificuldade o demovia. Permaneceu em Moçambique durante o período conturbado da guerra de libertação e da consolidação da independência com a mesma disposição de sempre.  Diversas vezes veio a Portugal, algumas delas por motivos graves de saúde. Quando se sentia doente vinha depressa a Portugal, mas regressava logo que se sentia bom, e com a mesma pressa “pois as minhas comunidades estão à minha espera”, dizia. Partilhámos durante anos a nossa vida missionária em Angoche. Tínhamos uma grande amizade e muitas vezes me dizia: «Armando, fizeste um grande trabalho missionário no Ensino e na missão em Angoche e continuas a fazê-lo na imprensa missionária, na Boa Nova e na Voz da Missão. Admiro tua capacidade. Suporta em paz as agruras da vida. Rezo por ti As pessoas nem sempre entendem ol que nós fazemos e até nos criticam injustamente. Para a frente, meu caríssimo amigo. Podes contar comigo, pois te conheço bem!" E assim me animava, a trabalhar até em excesso..
Regressou de vez de Moçambique em 01 de Junho de 2007, ficando a residir em Portugal. Em 10 de Setembro de 2008 foi nomeado oficialmente para a Região de Portugal, com residência no Seminário de Valadares. Aqui, o Deus‑Pai marcou o seu último encontro. Deixou o tempo e partiu.
No dia 13 realizou-se o seu funeral  na igreja do Seminário de Cucujães, ficando sepultado no cemitério local em jazigo da SMBN. Muitos amigos vieram de longe para homenagear este homem de Deus. Na sua pastoral preocupava-o em especial a estabilidade familiar. Fazia tudo para um entendimento e vida familar digna e exemplar. Como ele fazia do seu sacerdócio missionário. Fica comigo a figura emblemática de um missionário vivo, meu companheiro de armas na luta em favor do bem, e de um mundo melhor. Pelo menso éramos amigos e muito disponíveis para com as nossas paróquias e comunidades. Priorizávamos o diesel "ouro" nesse Moçambique do pós independência, para as visitas às comunidades.. Padre Vieira foi preso e sujeito a sofrimento grande (e por uma coisa de nada). Ao fim do dia muito partilhávamos nas nossas conversas, à beira do Índico, contando a vida do nosso dia: eu na Escola (Colégio) com a juventude e nos grupos paroquiais e ele na vida intensa de fé nas comunidades. A presença do missionário era festa. Mas com a presença do Padre Vieira a festa era maior!
Nos últimos cinco anos que passou no Seminário da Boa Nova em Valadares, Portugal, impressionava pelo seu espírito de fé e de oração, tal como em toda a sua longa vida de missiona´rio em África. Foi sempre muito forte a sua devoção a Maria Santíssima.Faleceu, com 90 anos.
Deus lhe conceda a paz, que cremos – mereceu -, aos seus familiares e smbn o conforto e a fé na ressurreição e na vida e aos seus membros coragem para seguir este valente testemunho missionário. 

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