ANGOLA SER PAI HOJE por P. KUSSETA. Gabela*

ANGOLA   SER PAI HOJE por P. KUSSETA. Gabela*
Em 2010, o Governo lançou uma campanha para a mobilização e sensibilização da família sobre o valor e a importância da figura do pai na família angolana.
O Governo pretende que a figura do pai, seja de facto o pilar e da moralização primária dos membros da família, com base nos princípios da angolanidade e da convivência. Daí o lema "Papá cumpra com o seu papel, assuma a sua responsabilidade perante nós (filhos) e a família".
E o objectivo desta campanha é chamar a atenção dos pais e a sociedade em geral sobre a importância do pai na formação da personalidade dos filhos e na transmissão de valores de convivência em família e na sociedade. Também tem por objectivo promover uma participação activa na relação pai/filho e desencorajar os pais que se furtam às suas responsabilidades.
O verdadeiro perfil de um pai deve ser traduzido no seu papel de educador, na veiculação de conhecimentos e na responsabilidade pela sobrevivência familiar. O pai  deve demonstrar o seu apego à família, através de acções concretas. Sendo um dos elementos nucleares da família, deve velar pelas suas necessidades. No passado, era o pai que respondia por todos os assuntos familiares. “O pai trabalhava para a família para que esta vivesse condignamente”.
Os pais que não manifestam qualquer preocupação com a educação dos filhos e da família são desleixados. “Há pais só de nome, que na prática nada fazem”. O comportamento negativo de alguns filhos deve-se à atitude de alguns pais.
Actualmente, há um visível declínio nas relações entre o pai e a família, pelo facto de muitos pais disporem de pouco tempo: a) Por razões laborais; b) ou outros por terem muitas mulheres.“O pai sai de casa às cinco da manhã. Deixa os filhos a dormir e regressa por volta das 21 horas, quando os filhos estão de novo a dormir”. O lamentável às vezes, é o facto de pais e filhos se cruzarem em locais sociais impróprios. Neste caso, “quem educa quem?”.
É inadmissível o comportamento de pais que não assumem a paternidade e, quando o filho está crescido, reivindicam o seu papel de progenitor. Situações do género não são apenas protagonizadas por jovens, até mais velhos fazem o mesmo. Há mães que fazem sacrifícios para a educação dos filhos, muitas vezes com a ajuda de seus próprios familiares, e quando eles (filhos) atingem os 18/20 anos optam por conhecer e juntar-se ao pai.
“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Martin Luther King. *in O AMBOIM nº 67, Junho 2016
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