ANO MISSIONÁRIO/paróquias missionárias P. Amaro Gonçalo apresenta novo estilo de evangelização
ANO
MISSIONÁRIO/paróquias missionárias
P. Amaro Gonçalo apresenta
novo estilo de evangelização
Por Jornal da Madeira 24 Janeiro, 2019
“Paróquias Missionárias. Como?”, foi o tema da segunda
conferência das jornadas de atualização do clero proferida pelo P. Amaro
Gonçalo Lopes na manhã de quarta-feira, 23 de janeiro, no Seminário
Diocesano.
A partir da Exortação apostólica “Evangelii Gaudium” do Papa
Francisco, este sacerdote da diocese do Porto apresentou alguns critérios para
que as paróquias se tornem mais missionárias e propôs um novo estilo de
evangelização.
Para que a paróquia não caia na irrelevância é necessário que
esteja em contacto com as famílias e com a vida do povo “e não se torne uma
estrutura complicada, separada das pessoas, nem um grupo de eleitos que olham
para si mesmos”. A paróquia tem futuro na medida em que “aceitar o desafiado se
deixar renovar, de se adaptar, o que implica uma verdadeira criatividade
missionária”.
“A paróquia não é uma estrutura caduca (…) se for capaz de se
reformar e adaptar constantemente continuará a ser a “própria Igreja que vive
no meio da casa dos seus filhos e das suas filhas” (EG 28).
Para o P. Amaro existem três critérios fundamentais para uma
paróquia missionária: proximidade às pessoas “o que implica conhecer o
terreno e saber realmente o que as pessoas precisam”; comunhão e participação
“o que implica superar o clericalismo e promover o protagonismo dos leigos”;
missão, “de modo que não se preocupe de quem a procura mas de quem anda á
procura”.
Um
novo estilo de evangelização
Para que as paróquias sejam missionárias o P. Amaro Gonçalo
propôs um novo estilo de evangelização.
1 Um estilo amável e
acolhedor.
Igreja de portas abertas para deixar entrar e deixar sair. “O
mau acolhimento, uma celebração descuidada ou uma exigência desproporcionada
são uma enorme pedra de tropeço”.
“É preciso passar de uma pastoral de enquadramento e de
transmissão ou reprodução (pastoral da cristandade) a uma pastoral de gestação
e de proposta, de experiências e testemunho”, referiu.
2. Um Estilo dialogal de escuta, proximidade e acompanhamento.
Esta capacidade de diálogo empático para que ninguém se sinta magoado.
“Centrar-se mais na pessoa que faz o pedido do que no pedido que a pessoa faz”.
3. Um estilo pobre e simples.
“No seu estilo de vida o discípulo já diz tudo: donde vem e ao
que vem!”. Como dizia S. Francisco de Assis: “é necessário pregar o evangelho às
vezes também com palavras”.
4. Um estilo familiar.
Uma paróquia com ambiente familiar torna as famílias mais
missionárias.
5. Um estilo popular. A fé simples do povo e as manifestações da piedade popular
devem ser protegidas contra o risco da paróquia se tornar uma estrutura
complicada. Como afirma o Papa Francisco: “O povo se evangeliza continuamente a
si mesmo”.
Foto: Jornal da Madeira |
Decálogo para paróquias
missionárias
A finalizar a conferência ao clero madeirense o P. Amaro Gonçalo
deixou o decálogo para paróquias missionárias, inspirado pela obra “Manuel de
Survie pour ler Paroisses” de James Mallon.
1. Promover e
facilitar a experiência fundamental da alegria
do encontro com Cristo, que nos atrai para o Pai e nos dá a graça do
Espírito Santo, que nos santifica, anima e envia em missão.
2. Cuidar da
hospitalidade: acolher e alcançar a todos, a começar pelos mais
distantes e estrangeiros. Criar equipa de acolhimento
3. Um bom acolhimento na secretaria
paroquial, com empatia e simpatia, com horários adaptados à realidade e às
necessidades, mas com altas expetativas.
4. Dar absoluta prioridade
ao domingo e á Eucaristia dominical. Despertar a comoção pela beleza da
celebração.
5. Abrir o caminho da beleza
no acesso a Deus.
6. Uma comunidade
verdadeira e familiar, onde há verdadeira fraternidade, clima de festa,
alegria do convívio, experiência de comunhão.
7. Descobrir e promover os
talentos de cada um. Aproveitar os pontos fortes. Dar prioridade às pessoas
e aos processos e não aos méritos e aos resultados.
8. Dar protagonismo aos
leigos e superar o clericalismo.
9. Converter-se numa igreja
que convida. Vide e vede.
10. Assumir o lugar privilegiado
dos pobres na comunidade e o cuidado
da fragilidade.
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