JMJ 2019/na prisão Panamá: Papa levou esperança a prisão juvenil


JMJ 2019/na prisão
Panamá: Papa levou esperança a prisão juvenil
Francisco convida a conhecer o que cada um carrega no seu coração

O Papa presidiu, no dia 25 janeiro, a uma celebração no Centro de Detenção de Menores de Las Garças, no Panamá, cerimónia que integrou o programa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) pela primeira vez.
“Todos juntos, lutai – não entre vós, por favor -, lutai sem cessar por encontrar caminhos de inserção e transformação”, disse Francisco aos 180 detidos da prisão juvenil localizada no Município de Pacora, a 40 km da capital do Panamá.
 “Jesus não tem medo de Se aproximar daqueles que, por inúmeras razões, carregavam o peso do ódio social”, declarou.
Francisco rejeitou quaisquer “rótulos”, por considerar que apenas geram divisão.
Quando uma sociedade ou comunidade se decide por isso, limitando-se a criticar e murmurar, entra num círculo vicioso de divisões, censuras e condenações”.
O Papa disse mesmo que 11 dos 12 apóstolos eram “pecadores pesados”, porque traíram, abandonaram ou renegaram o seu Mestre.
“Deus não deita ninguém fora, diz-te: vem. Ele espera-te e abraça-te”, acrescentou.
Num tom familiar, Francisco disse que os jovens detidos devem rejeitar a ideia de que “não vão conseguir”.
“Procurai e ouvi as vozes que impelem a olhar para diante e não aquelas que vos desencorajam”, realçou.
12 jovens quiseram confessar-se, três deles ao Papa Francisco, acompanhado na celebração pelo arcebispo do Panamá e o capelão prisional.
“Uma sociedade é fecunda quando consegue gerar dinâmicas capazes de incluir e integrar, assumir e lutar para criar oportunidades e alternativas que deem novas possibilidades aos seus filhos, quando se preocupa por criar futuro com comunidade, instrução e trabalho. Essa comunidade é saudável”, defendeu o pontífice.
O portal ‘Vatican News’ explica que um dos jovens pediu expressamente para se confessar ao Papa, para “transformar” a sua vida e deixar para trás o “sonho de vingança” contra os que tinham assassinado os seus familiares.
No início do encontro, Francisco ouviu o testemunho de um dos jovens, Luis Oscar Martínez: “Não há palavras para descrever a liberdade que sinto neste momento”.
30 dos presos estiveram empenhados na construção de confessionários usados durante a JMJ, no Panamá; os jovens ofereceram ainda ao Papa uma férula (o corresponde ao báculo papal, que é encimado por uma cruz), em madeira, como presente.
Já o Papa ofereceu uma escultura de Cristo, em ferro forjado, ao centro de detenção de menores; a cruz, concebida por Pietro Lettieri, artesão italiano, “é o fruto da experiência com que foram sabiamente manipulados o martelo, a bigorna, o alicate e as pinças”, refere um comunicado da Santa Sé.
O Centro de Detenção de Menores de Las Garças é considerado uma instituição exemplar, oferecendo aos jovens detidos um percurso de “integração social integral”, com “formação profissional e humana”.



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