JMJ 2019/despedida Papa despede-se do Panamá: é preciso multiplicar a esperança
JMJ 2019/despedida
Papa despede-se do Panamá: é
preciso multiplicar a esperança
27.01.2019 Vaticannews
Às
18h25 minutos deste domingo, o avião levando o Papa Francisco para Roma decolou
do Aeroporto Internacional de Tocumen, concluindo assim a 26a Viagem Apostólica
Internacional de seu Pontificado.
Jackson Erpen – Cidade do Panamá
No final da tarde deste domingo,
27, o Papa deixou o Panamá para voltar ao Vaticano, concluindo mais uma Viagem
Apostólica internacional de seu Pontificado. E deixou o Panamá com
saudades. Este pequeno país da América Central acolheu de braços abertos
Francisco e os milhares de peregrinos de todas as partes do mundo que vieram
para a Jornada Mundial da Juventude. Uma visita histórica e inesquecível,
comentavam os panamenhos, pois - perguntavam-se – quando e por que um
Papa viria ao Panamá?, mesmo ainda estando na memória a visita de São João
Paulo II em março de 1985.
Realmente, um pequeno país pelas
dimensões, com pouco mais de 4 milhões de habitantes, canal e ponte entre a
América do Sul e o restante da América. Daqui partiu a evangelização para o
restante do continente e aqui foi ereta a primeira Diocese em “terra firme”.
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Pela localização, a JMJ
possibilitou uma maior presença de jovens vindos da Nicarágua, Costa Rica, El
Salvador, Venezuela, Colômbia, que vivem em muitos casos com desafios
semelhantes. Francisco veio como pai e pastor, trazer um alento e um
encorajamento especialmente à juventude deste lado do Oceano.
Uma palavra que bem poderia
resumir sua viagem é “esperança”, uma esperança levada por suas palavras e
gestos ao que parecia perdido, a esperança ao que parece não ter saída. O fez,
ao visitar o centro de recuperação de menores onde também ouviu confissões e
fez até mesmo correr lágrimas de jornalistas. O fez novamente ao visitar o
centro que acolhe doentes de aids e que não recebem apoio de suas famílias e
nem tem condições de pagar algum tratamento. Não julgou, não repreendeu,
simplesmente amou.
Em continuidade ao Sínodo dos
bispos de outubro, esta Jornada tinha um forte chamado vocacional, como diz o
próprio lema: “Eis-me aqui, faça-se em mim segundo a tua vontade”. E “dizer sim
ao Senhor é ter a coragem de abraçar a vida como vem, com toda a sua
fragilidade e pequenez e, muitas vezes, até com todas as suas contradições e
insignificâncias, abraçá-la com amor”, disse ao jovens na Vigília. “Damos também
provas de que se abraça a vida, quando acolhemos tudo o que não é perfeito,
puro ou destilado, mas lá por isso não menos digno de amor”, completou.
Nos dez pronunciamentos –
incluindo três homilias mais o Angelus – Francisco falou de imigração, de pecados
da Igreja, de dor, de miséria, de crianças não nascidas, de violência contra a
mulher, de corrupção: “é preciso ter a ousadia de criar uma cultura de
maior transparência entre governos, setor privado e população.”
O Papa é conhecedor das
dificuldades enfrentadas pelos jovens. “São muitos os que dolorosamente foram
seduzidos com respostas imediatas que hipotecam a vida”, afirmou. Mas também
sabe do grande potencial de bem que há no ser humano e é este potencial que
busca despertar, para que num mundo nem sempre tão luminoso, possa brilhar e se
propagar esta luz, capaz de contrastar a indiferença, o egoísmo e a mentira: os
peregrinos da JMJ, “com seus gestos e atitudes, com seu olhar, seus desejos e
especialmente com sua sensibilidade, desmentem e desautorizam todos os
discursos que se concentram e se empenham em semear divisão, em excluir ou
expulsar ‘os que não são como nós’.”
Usando expressões para chegar
mais facilmente a seus interlocutores, Francisco disse que Maria foi a maior
‘influencer’ da história, mesmo não usando redes sociais.
Na mensagem antes da jornada, já
havia dito que nossa vida só encontra sentido no serviço a Deus e ao próximo. E
ao agradecer aos voluntários antes de partir, disse que eles quiseram “dar o
melhor de si para tornar possível o milagre da multiplicação, não só dos pães,
mas da esperança. Precisamos multiplicar a esperança.”
JMJ é peregrinação, é comunhão,
é partilha, uma marca que fica no coração. A próxima, será em Portugal 2022.
Que até lá nós, e os milhares de jovens que aqui estiveram, possam multiplicar
a esperança.
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