CRISTIANISMO Cristão sem Igreja e Igreja sem cristãos
Cristão sem Igreja e Igreja sem cristãos
sábado, 19 de janeiro de 2019
(in Blogue de Chapadinha)
“Hoje não tem mais lugar para autoridades absolutas, mas só para
autoridades que aprenderam a se encaixar no diálogo” (D.Hélder Câmara,1972).
Dentro da Igreja todos devemos ter, hoje, esta mudança de mentalidade,
esta conversão , em nome de Deus. A nossa Igreja é capaz de
mudar, e como tem vindo mudando devagarinho, mas tem.
Os Estudos da CNBB têm mostrado que a “imagem da Igreja como sociedade
desigual na época de Pio X deu lugar a uma Igreja participativa: Os esquemas de
poder e de monopolização do sagrado desapareceram. Basta olhar o trato da
“hóstia” e da eucaristia e do altar que antes era um deus nos acuda, só
reservado ao padre, e hoje está aberto aos fiéis. As pregações e celebrações
antes reservadas ao clericalismo, hoje não. Na mentalidade clerical isso não
era possível.
A Igreja visivelmente tornou-se povo de Deus, onde se preza mais o
serviço em vez de poder, onde de supera o clericalismo e o legalismo
triunfalista. E na maioria do clero o poder tem-se superado também o medo de
perder o poder, coisa que nalgumas latitudes ainda impedia a aceitação dos
verdadeiros servidores.
Para que na Igreja não aconteça mais isso devemos superar todo discurso e
preconceitos de poder. A grande opção de Jesus era pelo serviço. E isso o
colocou em oposição frontal e bateu de frente com a instituição religiosa da
época.
Graças a Deus, em nossas Comunidades, Pastorais e Movimentos já estamos
praticando esta mística do evangelho e do serviço: “Um só é o vosso Mestre;
todos vós sois irmãos; o maior seja o vosso servo” (Mt.23,8). E: “Entre vós não
seja como nos governantes que exploram o povo, entre vós não seja assim”
(Mc.10,42).
Deste modo criaremos uma sociedade e uma Igreja fraterna, igualitária,
sem domínio de ninguém sobre ninguém.
Se nalguns lugares existirem ainda mentalidades de exclusão e medos de
perder o poder, essas poderão ser chamadas as resistências da caminhada.
Na subida da uma ladeira faz-se sentir o cansaço da luta. Seria mais
cômodo a estrada larga e plana da rotina e da subserviência manifestada nas
atitudes de um “sim senhor”, “está tudo bem”, ou de um “amém” a todas as coisas.
Ao contrário, todo o Povo de Deus é chamado para a Missão. E assim nasceu
, após o Concílio, uma Igreja de comunhão e participação, e ministerial. E esta
Igreja respondeu ao desafio formulado nos documentos: substituiu-se as
estruturas de poder hierárquico por estruturas de comunhão e Participação.
Os homens e as mulheres, formados em habilidades de cooperação
participativa e responsável não aceitam mais ser reduzidos a status deignorantes.
As suas habilidades de cooperação, eles as querem colocar nas suas experiências
de ser Igreja. Em vez de obediência se exige cooperação, e em vez de
subordinação se fala em colaboração.
Estas atitudes são o fruto de quatro épocas de muita reflexão: a primeira
época, no fim do século dezanove; a segunda até no final da 1ª Guerra Mundial
(1940); a terceira desde 1940 até 1980; e a quarta época a partir de 1980, com
a Informatização e Globalização até hoje.
Resumindo esta visão de conjunto podemos dizer que tem CRISTÃOS SEM
IGREJA, e IGREJA SEM CRISTÃOS.
Vale dizer: quando numa época, participar das decisões era privilégio
daqueles que “sabem”, e onde os “pastores “ dessa Igreja podiam chamar
todos os outros de “ignorantes” ou “leigos”, então muitos se revoltaram e
recorreram Àquele que é a única base e único fundamento de toda a Igreja, Jesus
Cristo.
Sendo assim, pode acontecer que ainda tenha “CRISTÃOS SEM IGREJA” e o
inverso também é verdadeiro: “IGREJA SEM CRISTÃOS”, quando eles são
inconscientes e privados de seus direitos.
E voltamos à inversão do nosso cabeçalho: IGREJA SEM CRISTÃOS e CRISTÃOS
SEM IGREJA, mas com Jesus CRISTO.
Você sabia?
- o Fundador de CNBB foi Dom Hélder Câmara, em 1952. Depois o Concilio Vaticano,
dali a 10 anos, propôs que todos os Países tivessem igual. Assim a CNBB
serviu de modelo para todo o Mundo.
Assim a Igreja Católica no Brasil se antecipou e a CNBB serviu de
referência prática no CONCÍLIO para os Bispos de todo o Mundo
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