FATIMA Jornadas Missionárias Nacionais 2015 Para um rosto missionário da Igreja por AUGUSTO FARIAS

FATIMA
Jornadas Missionárias Nacionais 2015
Para um rosto missionário da Igreja por AUGUSTO FARIAS
FÁTIMA. Jornadas MissionáriasNacionais 2015. Foto JCF

Faz este ano cinquenta anos que foi aprovado no final do Concílio Vaticano II o documento ad  Gentes sobre a actividade missionária da Igreja. Para lembrar a sua actualidade e o espírito novo que trouxe a toda a Igreja, as Obras Missionárias Pontifícias e os Institutos Missionários em Portugal, sob a égide da Conferência Episcopal, promoveram este ano, nos dias 19 e 20 de Setembro as Jornadas Missionárias, para que todo o povo de Deus tome consciência da sua responsabilidade no anúncio do Evangelho a todos quantos nunca o ouviram ou já o esqueceram. Também faz este ano cinco anos que os bispos portugueses ofereceram ao seu povo uma carta pastoral muito importante sobre a responsabilidade da nossa Igreja na actividade missionária, intitulada: Como eu vos fiz, fazei vós também - Para um rosto missionário da Igreja em Portugal. São documentos que precisam de ser mais conhecidos de modo a despertar maior empenho e entusiasmo em todos nós.
Abriu as jornadas D. Manuel Linda, presidente da Comissão Episcopal de Missões. Na sua intervenção disse que as Igrejas locais que partilham o seu clero não se empobrecem, mas ficam mais ricas. A experiência trazida dos países de missão vêm muitas vezes abrir novas perspectivas e trazer novo dinamismo às nossas comunidades já um tanto adormecidas. Na sua comunicação, o P. Fernando Domingues, actual Secretário Geral da Obra de S. Pedro Apóstolo em Roma, apresentou o caso dum bispo do nordeste brasileiro que tinha nove padres e ofereceu dois para saírem em Missão para outros países mais necessitados. Aliás, ao longo das jornadas, várias vezes se apresentou o problema com que nos debatemos em várias áreas da pastoral, como a catequese, para os quais é necessário encontrar novas maneiras de agir. Talvez a experiência pastoral das novas Igrejas, como é o caso do catecumenado, venha ajudar a encontrar um novo dinamismo para outros modelos que é preciso implementar.
Um dos objectivos das jornadas foi ajudar a perceber a mútua relação que existe entre a Missão ad gentes e as Igrejas locais. Foi esse o tema de fundo encomendado ao P. Fernando Domingues. A missão é sempre o dinamismo mobilizador de toda a pastoral e nunca um apêndice. Mas esse dinamismo tem a sua fonte em Deus que suscita o desejo de acolher a salvação por Ele oferecida e de a comunicar a todos os que ainda o não fizeram. É sempre a força do Espírito que impulsiona para o testemunho daqueles que fizeram a experiência do Senhor Morto e Ressuscitado para que o proclamem com alegria
Do programa destas jornadas fazia parte a apresentação de alguns workshops sobre o conhecimento das várias obras missionárias pontifícias e do seu valor na obra da evangelização, e também sobre a importância do voluntariado missionário e ainda a importância da existência de Centros Missionários Diocesanos pedidos na carta pastoral dos Bispos Portugueses de há cinco anos. Na Mensagem para o dia Mundial das Missões deste ano o Papa Francisco até fala das Obras Missionárias da Igreja. Não são apenas Obras do Papa, mas de toda a Igreja. É uma forma de proporcionar a todos os cristãos uma maneira de se ser missionário quer no âmbito da cooperação espiritual como também material e sobretudo vocacional. Foi apresentada a experiência do Centro Missionário da arquidiocese de Braga que está em processo de geminação com a diocese de Pemba em Moçambique, e apresentados alguns elementos sobre o Centro de Leiria/Fátima também já geminada com a diocese do Sumbe em Angola. De resto, parece ser ainda um projecto um pouco distante para algumas dioceses que quase nem se fizeram presentes nestas jornadas.
Para sentirmos um pouco a presença da Igreja nas “periferias” que hoje até nos entram pela porta dentro, o P. Paul Karam, Director da Caritas Nacional do Líbano, mostrou-nos algumas imagens e falou-nos da realidade dos refugiados, sobretudo Sírios, no seu país. O amor é engenhoso e conseguem-se verdadeiros milagres pela acção simples mas comprometida dos cristãos e de outras pessoas de boa vontade. Foi uma mensagem que nos fez despertar para a tragédia que hoje nos está a bater à porta.
Na Eucaristia presidida por D. Manuel Felício, Bispo da Guarda no recinto do Santuário de Fátima, ele referiu-se à carta pastoral dos Bispos Portugueses e à necessidade das dioceses e paróquias se abrirem e colaborarem com a obra missionária. As jornadas terminaram a meio da tarde domingo com a leitura e aprovação das conclusões.
Se as Jornadas missionárias nacionais são um termómetro da temperatura missionária da nossa Igreja, podemos concluir que ela é muito baixa. Os cerca de 300 participantes não representavam de modo nenhum as nossas Igrejas locais a cujo tema foram dedicadas estas jornadas. É mais um assunto a reflectir entre todos nós. in VOZ DA MISSÃO outubro 2015 














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