ANO MISSIONÁRIO out 2018 - out 2019 175 anos - Obra da Infância Missionária Pontifícia

ANO MISSIONÁRIO out 2018 - out 2019
175 anos - Obra da Infância Missionária Pontifícia
Crianças evangelizam e ajudam crianças



No dia 19 de maio de 1843, o Bispo francês D. Forbin-Janson deu início a uma surpreendente e pioneira obra missionária dedicada à infância. O objetivo da obra era assistir as crianças abandonadas em terras de missão. O mais caraterístico desta obra missionária é que as crian- ças são simultaneamente protagonistas e destinatários. O lema é: “Crianças evangelizam e ajudam crianças”. Carlos Augusto Maria José Forbin-Janson nasceu em Paris, em 1785, no seio de uma nobre famí- lia militar. Tinha 4 anos, quando a Revolução Francesa, obrigou os seus pais a exilar-se na Alemanha, o que o fez experimentar muito cedo sérias dificuldades como a perseguição, a insegurança, o medo e a pobreza. Esta vicissitude na sua infância é um dos detalhes significativos que vão configurar a sua vida e a sua missão. Anos mais tarde já de regresso a França e após ter realizado a Primeira Comunhão, o jovem adolescente Forbin-Janson mostra a sua sensibilidade caritativa ao inscrever-se numa associação para ajudar os mais desfavorecidos em prisões e hospitais. Na capela das Missões Estrangeiras de Paris, onde se realizavam as reuniões, o jovem francês escuta com interesse as referências à missão na China. Com suavidade, mas de modo imparável, nasce em si, a dimensão missioná- ria. Em 1808 entra no Seminário do Santo Suplício, em Paris. Ordenado sacerdote em 1811, e após vá- rios trabalhos pastorais, dedica-se com entusiasmo à formação cristã das crianças da sua paróquia. Este apaixonante trabalho de apostolado realiza-o de modo especial nas “missões populares”, para avivar a fé da França
descristianizada após a Revolução Francesa. Destacam-se os seus dotes de eloquência, o seu amor e a sua generosidade, que o levam a desprender-se até da própria roupa para dá-la aos mais necessitados. O Bispo de Nancy Em 1824, Forbin-Janson é consagrado Bispo de Nancy-Toul, no nordeste da França. Nesses anos mantém um contato muito próximo com missionários que lhe escrevem 175 anos da Obra da Infância Missionária Pontifícia Crianças evangelizam e ajudam crianças e pedem ajudas. Com a nova revolução de 1830 em França é obrigado a abandonar a diocese, e dirige-se ao Papa solicitando o envio para o extremo Oriente. Pio VIII acedeu ao seu pedido, mas o seu desejo não viria a realizar-se. Entretanto, D. Forbin-Janson continua a desenvolver uma grande atividade caritativa e assistencial, até ao dia em que um acontecimento providencial lhe permite aventurar-se na sua paixão pela missão ad Gentes: convidado pelos bispos missionários, dirige- -se para a América do Norte entre 1839 a 1841. No seu íntimo cresce o desejo de criar uma fundação para apoiar as missões. Regressado à Europa, as notícias envidas pelos missionários sobre o abandono e o assassinato de muitas crianças na China, que não tiveram a oportunidade de ser batizadas, têm um forte impacto no seu interior. A ideia de socorrer as crianças nas terras de missão, com a ajuda das crianças cristãs da Europa começa a desabrochar. As duas paixões da sua vida começam assim a unir-se. Com estas inquietações, no verão de 1842, D. Forbin-Janson viaja até Lyon para falar com Paulina Jaricot, uma jovem leiga que, 20 anos antes, criou as bases da Obra da Propagação da Fé. Pensa nela como a sua melhor interlocutora e não se equivoca. A partir deste encontro decisivo, D. Forbin-Janson começa a ver como levará a cabo a ajuda às crianças na China. Num duplo gesto das crianças da sua diocese: a oração diária de uma Avé-Maria pelas crianças das missões e a oferta de uma esmola mensal. O bispo francês dedica-se de alma e coração a este projeto mobilizando as crian- ças e jovens cristãos na ajuda aos irmãos nas terras de missão. À Obra é dado o nome de “Santa Infância” – evocando a infância de Jesus – e é fundada a 19 de maio de 1843. E é a resposta à sua inquietude de quase 40 anos! Para difundir a Obra e angariar apoios, recorre aos reis da Bélgica e ao núncio apostólico, D. Joaquín Pecci, futuro Papa Leão XIII. A Obra da Santa Infância é muito bem acolhida em França, recebe adesões no mundo inteiro. Miguel Domingo, in Missioneros del Tercer Milénio

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