FALECEU D. António Marcelino Bispo emérito de Aveiro

FALECEU   D. António Marcelino   Bispo emérito de Aveiro

D.António Marcelino
(21.09.1930-09.10.2013)
Faleceu na tarde do dia 9 de Outubro de 2013, no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, o senhor D. António Baltazar Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro. Com 83 anos de idade. O prelado tinha sido recentemente hospitalizado vindo a falecer esta tarde pelas 17h30.
D. António Marcelino nasceu a 21 de Setembro de 1930, na freguesia de Lousa, concelho de Castelo Branco, diocese de Portalegre e Castelo Branco. Oriundo de uma família profundamente cristã era filho de Manuel de Almeida Marcelino e de Maria Cajado.
Desde cedo manifestou o desejo de ser sacerdote. Entra no Seminário Menor de Gavião e daí passa, cinco anos depois, para o Seminário de Alcains onde frequenta os anos do Curso Filosófico. No Seminário Maior da Diocese, em Marvão, conclui o Curso Superior de Teologia.
É ordenado presbítero pelo senhor D. Agostinho de Moura, espiritano. na Catedral de Castelo Branco, em 9 de Junho de 1955. Em Roma faz os estudos de Direito Canónico na Universidade Gregoriana.
Regressado a Portugal, inicia em 1958 o seu múnus pastoral como professor do Seminário recém-inaugurado da Diocese, em Portalegre, e aí lecciona Direito Canónico, Teologia Moral e Filosofia.
Passado algum tempo é incumbido pelo seu Bispo de iniciar o Movimento dos Cursos de Cristandade, levando a outras dioceses de Portugal este Movimento.
Dedica-se desde logo à colaboração com os Jornais da Região e começa a escrever habitualmente nos jornais “Beira Baixa” e “Reconquista” de Castelo Branco e no jornal diocesano “Distrito de Portalegre”.
Esta paixão pela escrita haveria de acompanhá-lo sempre, tornando-o um dos membros do episcopado português mais assíduo e interventivo no campo da comunicação social.
Acompanha já em Portugal a realização do Concílio Ecuménico Vaticano II e nos textos e intuições pastorais do Concílio alicerça horizontes novos de missão na sua Diocese e no País. Recebe e traduz na letra e na vida pastoral os textos do Concílio.
Em 1972 é nomeado pela Conferência Episcopal Portuguesa Director do novo Secretariado Nacional de Pastoral, que surge como instância de acção pastoral necessária para incentivar e coordenar a pastoral da Igreja em Portugal. É nesta missão que o Papa Paulo VI o vem chamar para ser Bispo Auxiliar do Patriarca de Lisboa.
Ordenado Bispo na Catedral de Portalegre, por D. António Ribeiro, deixa na Diocese de Lisboa marcas de uma grande acção pastoral.
Em 19 de Dezembro de 1980 é nomeado pelo Papa João Paulo II Bispo Coadjutor de Aveiro, tendo iniciado o seu múnus episcopal junto de D. Manuel de Almeida Trindade, em 1 de Fevereiro de 1981. Sete anos depois, em 20 de Janeiro de 1988, abraçou o seu ministério de bispo de Aveiro cumprindo a cada dia o lema episcopal, que para si escolheu: “Darei o que é meu e dar-me-ei a mim mesmo pela vossa salvação”.
Disso toda a Diocese é hoje testemunha e disso me faço porta-voz desde o dia 21 de Setembro de 2006, dia do seu aniversário natalício e de ordenação episcopal, quando o Papa Bento XVI, aceitando o seu pedido de resignação, me nomeava bispo de Aveiro.
É durante o longo e abençoado tempo do seu ministério episcopal em Aveiro que se realiza o Congresso de Leigos, o Sínodo Diocesano, a Caminhada Sinodal dos Jovens e o Congresso Eucarístico Diocesano. A D. António Marcelino se deve igualmente o Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro, o Centro Universitário Fé e Cultura, o Fundo Diocesano do Clero, entre os mais significativos projectos e iniciativas pastorais.
Durante este tempo foi presidente da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais, da Comissão Episcopal da Família, da Comissão Episcopal do Apostolado dos Leigos e Vice-Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. Neste momento era membro da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé.
O seu ministério episcopal em Aveiro torna-se hoje pleno nesta dádiva de uma vida que nunca guardou nada para si. Ele sempre se deu à causa de Jesus como seu fiel discípulo e ao anúncio do evangelho como seu intrépido servidor. Hoje também por entre as lágrimas de saudade que de todos os lados surgem e as palavras de gratidão que o coração melhor do que nunca nos dita, vi em D. António Marcelino cumprir-se o lema que escolheu como programa de vida e nos deixa como desafio e herança: “Darei o que é meu e me darei a mim mesmo”.
Ensinou-nos tantas e repetidas vezes que a “vida também se lê” e mais do que isso ensinou-nos a ler a vida à luz da fé e do amor apaixonado pela Igreja e pelo Mundo.

Quero agradecer a Deus tudo quanto de D. António pessoalmente recebi em amizade, dedicação e testemunho exemplar. Desde há sete anos, como seu sucessor no ministério episcopal, sempre servimos esta Igreja como irmãos
. D. António Francisco dos Santos

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