INDIFERENÇA Vaticano: «A indiferença mata», denuncia Francisco


INDIFERENÇA
Vaticano: «A indiferença mata», denuncia Francisco
Out 17, 2018 - 11:26
Papa evocou 40 anos da eleição de São João Paulo II, em encontro com peregrinos de todo o mundo

O Papa Francisco denunciou hoje no Vaticano a “indiferença” perante o sofrimento alheio, considerando que esta também é uma forma de assassinato.
“A indiferença mata. É como dizer ao outro: és um morto para mim, porque o mataste no teu coração. Não amar é o primeiro passo para matar; e não matar é o primeiro passo para amar”, declarou, na audiência pública semanal, perante cerca de 20 mil peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
A intervenção prosseguiu o ciclo de reflexões sobre os Mandamentos, falando do quinto, “não matarás”, à imagem da última semana, para sublinhar que “a vida humana é preciosa, sagrada e inviolável”.
Francisco percorreu a Praça de São Pedro, em papamóvel, antes de pronunciar a sua catequese, na qual alertou contra as atitudes de violência, insulto e desprezo.
Estamos acostumados a insultar. Isso faz mal, é uma forma de matar a dignidade de uma pessoa. Seria bonito se este ensinamento de Jesus entrasse na mente e no coração. Não insultar mais ninguém: seria um bom propósito. Para Jesus, se desprezas, insultas e odeias, isso é homicídio”.
O Papa recomendou ainda aos católicos que tenham uma atitude de “reconciliação” sempre que participam na Missa, perante as pessoas com quem tenham problemas.
A intervenção insistiu na necessidade de fazer o bem e não ficar apenas satisfeito por “não fazer nada de mal”.
Após a catequese, Francisco saudou os peregrinos vindos de Portugal e do Brasil.
“Queridos amigos, cuidar do irmão, especialmente de quem passa necessidade ou é esquecido pela cultura do descarte, significa crer que cada homem e cada mulher é um dom de Deus. Não poupemos esforços para que todas as pessoas possam sentir-se sempre acolhidas e amadas nas nossas comunidades cristãs. Que Deus vos abençoe!”, declarou.
O Papa recordou depois os 40 anos de eleição pontifícia de São João Paulo II (16 de outubro de 1978), perante os peregrinos polacos.
São sempre atuais as palavras que pronunciou no dia da inauguração do seu pontificado: Não tenhais medo! Mais: abri, escancarai as portas a Cristo! Que elas continuem a inspirar a vossa vida pessoal, familiar e social, que sejam um encorajamento para seguir Cristo com fidelidade, a vislumbrar a sua presença no mundo e no outro homem, especialmente no pobre e no que precisa de ajuda”.
Antes de abençoar e despedir-se da multidão, o Papa evocou a figura de Santo Inácio de Antioquia (35-108), bispo e mártir em Roma, cuja memória litúrgica se celebra hoje.
“Aprendamos com este santo bispo da antiga Síria a testemunhar com coragem a nossa fé. Que pela sua intercessão, o Senhor nos dê a todos a força da perseverança, apesar das adversidades e perseguições”, concluiu.
OC

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