VATICANO Papa proclamou Paulo VI e D. Óscar Romero como santos

“Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica e incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e a nossa, após ter longamente refletido, invocado várias vezes o auxílio divino e escutado o parecer dos nossos irmãos no episcopado, declaramos e definimos como Santo os beatos Paulo VI, Óscar Romero, Francesco Spinelli, Vincenzo Romano, Maria Catarina Kasper, Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus e Nunzio Sulprizio; inscrevemo-los no Álbum dos Santos e estabelecemos que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os Santos”, refere a fórmula de canonização, em latim, proferida pelo Papa, sentado, como sinal da sua autoridade pontifícia.
Depois da proclamação de canonização, assinalada pela multidão com uma salva de palmas, o cardeal Becciu agradeceu ao Papa Francisco, concluindo o rito.
A nota biográfica de Paulo VI, divulgada pelo Vaticano, fala num Papa que “guiou a Igreja para o diálogo com a modernidade e a manteve unida durante a crise pós-conciliar”.
Quanto a D. Óscar Romero, é referida a sua ação “em plena repressão social e política” em El Salvador.
A 7 de março, Francisco aprovou um milagre atribuído à intercessão de Paulo VI (1897-1978), abrindo assim caminho à sua canonização.
Paulo VI, o pontífice que liderou a Igreja Católica entre 1963 e 1978, período em que encerrou o Concílio Vaticano II, foi beatificado pelo mesmo Papa Francisco, a 19 de outubro de 2014.
O novo santo foi o primeiro Papa a fazer viagens internacionais, entre as quais uma visita a Fátima, a 13 de maio de 1967.
Também no último dia 7 de março, Francisco autorizou a publicação do decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão de D. Óscar Romero, arcebispo de São Salvador, onde foi morto a tiro em 1980, às mãos da junta militar que dominava o país.
A decisão abriu caminho à canonização do arcebispo, beatificado como “mártir” da fé católica a 23 de maio de 2015.
Os outros novos santos são os padres Francesco Spinelli (1853-1913) e Vincenzo Romano (1751-1831); as religiosas Maria Catarina Kasper (1820-1898) e Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus (1889-1943); e o jovem leigo italiano Nunzio Sulprizio (1817-1836).
canonização, ato reservado ao Papa desde o século XIII, é a confirmação, por parte da Igreja Católica, que um fiel católico é digno de culto público universal (os beatos têm culto local) e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
OC
Francisco Spinelli, italiano, fundou a Congregação das Irmãs Adoradoras do Santíssimo Sacramento, dedicada ao trabalho com os pobres, marginalizados, excluídos, idosos solitários e a dar-lhes assistência em escolas, oratórios, hospitais; foi beatificado por João Paulo II, em 21 de junho de 1992.
Vicente Romano, sacerdote italiano do século XVIII, destacou-se pelo seu trabalho na ajuda aos mais necessitados e na educação das novas gerações; após a erupção do Vesúvio, em 1794, promoveu um trabalho de reconstrução e de evangelização na região; foi beatificado por Paulo VI, em 17 de novembro de 1963.
Maria Catarina Kasper, consagrada alemã, fundou, no século XIX, um Instituto de religiosas para servir as classes sociais mais baixas, a “Casa das Pobres Servas de Jesus Cristo”; foi beatificada por Paulo VI, em 1978.
Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus March Mesa, nascida na Espanha, desenvolveu a sua missão na América Latina, onde fundou a Congregação das “Irmãs Missionárias da Cruzada Pontifícia”, que passou depois a ser chamada “Missionárias Cruzadas da Igreja”, para servir os pobres e as mulheres necessitadas; foi beatificada por João Paulo II, em 27 de setembro de 1992.
Núncio Sulprizio, italiano, faleceu com apenas 19 anos, após uma dolorosa doença, sendo conhecido pela sua devoção à Eucaristia; em 1890, o Papa Leão XIII decretou as suas virtudes heroicas, propondo-o como modelo para os jovens; a 1 de dezembro de 1963, Paulo VI presidiu à sua beatificação.

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