COVID-19: todos no mesmo barco
COVID-19: todos no mesmo barco
«Estamos
todos no mesmo barco», diz o Papa
Mar 20, 2020 - 13:07
Francisco agradece trabalho «extraordinário» realizado pelos profissionais
de saúde
O Papa Francisco disse em entrevista ao jornal italiano ‘La Stampa’ que a
pandemia do Covid-19 é um desafio para a humanidade, que deve unir todos, sem
distinções “entre crentes e não-crentes”.
“Somos todos humanos e, como homens, estamos todos no mesmo barco. E
nenhuma coisa humana deve ser estranha para um cristão. Aqui choramos porque
sofremos. Todos nós. Há em comum a humanidade e o sofrimento. Ajuda-nos a
sinergia, a colaboração mútua, o senso de responsabilidade e o espírito de
sacrifício que é gerado em tantos lugares. Não devemos fazer diferença entre
crentes e não-crentes, vamos à raiz: a humanidade. Diante de Deus somos todos
filhos”, referiu, numa conversa publicada hoje e divulgada pelo portal de
notícias do Vaticano.
Francisco mostrou-se particularmente sensível à solidão de quem morre sem o
conforto dos seus familiares.
“Uma senhora percebeu que estava a morrer e quis despedir-se dos seus entes
queridos: a enfermeira pegou no telemóvel e fez uma videochamada para a neta,
assim a senhora idosa viu o rosto da neta e pôde partir com este consolo. É a
necessidade última ter uma mão que segura a nossa mão, a necessidade de um
gesto final de companhia”, referiu.
Francisco considera que “a dor daqueles que partiram sem se despedir
torna-se uma ferida no coração daqueles que ficaram”.
“Agradeço a todos estes enfermeiros e enfermeiras, médicos e voluntários
que, apesar do cansaço extraordinário, se inclinam com paciência e bondade de
coração, para suprir a ausência obrigada dos familiares”, acrescentou.
O Papa apela a um novo espírito de solidariedade, num tempo de “penitência,
compaixão, esperança e humildade”.
“Só podemos sair desta situação juntos, como uma humanidade inteira”,
apontou.
Francisco convidou os católicos a viver esta pandemia com especial atenção
à oração, que ajuda todos a compreender a sua “vulnerabilidade”.
“Numa situação difícil e desesperada, é importante saber que existe o
Senhor a quem nos podemos agarrar”, observou.
O pontífice espera que, após esta crise, a humanidade se centra mais no
“nós” do que no confronto com o “outro”
“Construir uma verdadeira fraternidade entre nós. Recordar esta experiência
difícil que todos nós vivemos juntos. E seguir em frente com esperança, que
nunca dececiona. Estas serão as palavras-chave para recomeçar: raízes, memória,
fraternidade e esperança”, concluiu
OC
Comentários
Enviar um comentário