MOÇAMBIQUE casamentos precoces
MOÇAMBIQUE casamentos precoces
Moçambique adere à iniciativa global para proteger meninas de
casamentos precoces
BR 11 março 2020
ONUNews
Foto: Ouri Pota.
Adolescentes serão capacitadas a decidir sobre
quando e com quem pretendem casar. |
Direitos humanos
Unfpa e Unicef atuam na África, no Médio Oriente
e na Ásia, onde a prática é mais comum; cerca de 650 milhões de
meninas e mulheres casaram-se antes dos 18 anos; África Subsaariana abriga
um terço desses casos.
Moçambique é um dos 12 países
que até 2023 terão um Programa Global para proteger meninas e adolescentes de
casamentos prematuros.
Cerca de 14 milhões de
beneficiárias devem receber apoio na segunda fase da iniciativa que é promovida
pelo Fundo da Unicef, e o Fundo da ONU para a População, Unfpa. A primeira fase
ocorreu entre 2016 e 2019.
Práticas
O alvo é contribuir para o
sucesso da meta 5.3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
ODSs, que quer acabar com práticas nefastas, como o casamento infantil,
precoce e forçado, além da mutilação genital feminina.
Unfpa: mais de 650 milhões de meninas e mulheres atualmente casaram-se antes de completar 18 anos de idade. Foto: Unicef/UN014189/Sang Mooh |
O Programa Global deve apoiar
instituições de governo e da sociedade civil, incluindo grupos de mulheres e
jovens que combatem o casamento infantil.
As adolescentes serão
capacitadas a decidir sobre quando e com quem pretendem casar. Para isso,
programa apoiará famílias, comunidades, sociedade, instituições e serviços
públicos.
Os dados de casamento infantil
no país tiveram “níveis aparentemente estáveis nas últimas quatro décadas, sem
fortes indícios de mudança”.
Esforços
O programa lançado há três
anos atuou junto a famílias, educadores, provedores de saúde, governos, líderes
religiosos e tradicionais como parte do esforço global para acabar com o
casamento infantil até 2030.
Pelo menos 221 mil meninas
foram orientadas em 1,5 mil espaços seguros em Moçambique, dando
informações e aconselhamento sobre saúde sexual e reprodutiva, HIV e violência
.
Unfpa atua em todos os países lusófonos para garantir que mais mulheres e meninas têm acesso à saúde s exual e reprodutiva. Foto: Unicef Mozambique/2018/Mário Le |
Em todo o mundo, cerca de 650
milhões meninos e mulheres se casaram ainda menores de idade. O Programa Global
defende que a África Subsaariana precisa aumentar drasticamente o progresso
nessa questão, para compensar o crescimento da população. Uma em cada três
vítimas de casamento infantil do mundo vive na região.
Oportunidades
Em quatro anos, África terá
iniciativas na Etiópia, no Uganda e na Zâmbia. No Oriente Médio e Norte da
África foi escolhido o Iémen. Na África Ocidental e Central as ações
serão realizadas em Burkina Faso, Gana, Níger e Serra Leoa. Já no sul da
Ásia o foco será em Bangladesh, na Índia e no Nepal.
Estas iniciativas serão
acompanhadas por iniciativas para oferecer econômicas para as adolescentes por
meio de parcerias com outras agências governamentais.
A parceria destaca Moçambique
pelo programa de proteção social com subsídios para famílias com crianças com
menos de dois anos de idade.
A diretora executiva do Unicef,
Henrietta Fore, disse que milhões de meninas já escaparam de casamentos
indesejados. Mas ela lembra que há ainda 12 milhões delas que se casam
todos os anos.
Comunidades
A chefe da agência da ONU
sublinha que esse ato tem danos irreversíveis para o futuro, a saúde e o
bem-estar das vítimas. Daí a aposta na iniciativa que é “uma nova oportunidade
para aproveitar o momento atual e acabar com essa prática.”
A diretora-executiva do Unfpa, Natalia Kanem. Foto: ONU Mulheres/Ryan Brown |
A segunda fase do programa foi lançada como parte da campanha de Igualdade de Geração e do 25º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim.
As atividades pretendem
aumentar o acesso de meninas a serviços como educação e saúde, desenvolvimento
de habilidades, educação de pais e comunidades sobre os perigos do casamento
infantil.
A iniciativa também quer
promover a igualdade de género em parcerias em favor do apoio económico a
famílias em favor de leis estabelecendo os 18 anos como a idade mínima para o
casamento.
Para a diretora executiva do
Unfpa, Natalia Kanem, enquanto as meninas se casarem cedo “não se poderá alcançar
o mundo de igualdade de género que os jovens exigem”.
Desde 2016, mais de 7,7
milhões de adolescentes e 4,2 milhões de membros da comunidades foram
alcançados com informações, habilidades e serviços do programa global adotado
pelas duas agências da ONU.
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