IÉMEN armas
IÉMEN armas
Pax
Christi: não à exportação de armas utilizadas no conflito no Iêmen
O preço desse
conflito "é pago por milhões de crianças, mulheres e homens cujos meios de
subsistência foram destruídos: 24 milhões de pessoas dependem de ajuda
humanitária (AFP)
Em março de 2019, o governo
alemão havia sido duramente criticado por ter aprovado acordos de exportação de
armas no valor de quase 400 milhões de euros para a Arábia Saudita e seus aliados
envolvidos na guerra do Iémen, apesar da proibição adotada após o assassinato
do jornalista saudita Jamal Khashoggi, e que dizia respeito a todos os países
envolvidos na guerra do Iêmen.
Cidade do Vaticano
Estender a moratória à
exportação de armas usadas no conflito no Iêmen. É o que defende a Pax
Christi Alemanha em comunicado, assinado por mais de trinta
organizações pela paz, desenvolvimento e direitos humanos, que incluem a
Oxfam, Terres des Hommes e Save the Children.
"A moratória às
exportações de armas para a Arábia Saudita termina em 31 de março – lê-se na
nota. Por esta razão, mais de trinta organizações alemãs e internacionais estão
pedindo uma proibição total das exportações de armas para todos os países que
fazem parte da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita na Guerra do
Iêmen".
E dirigindo-se diretamente ao
Conselho Federal de Segurança, os signatários pedem "uma proibição total,
vinculativa e por tempo indeterminado" de armamentos, visto que
"existe o perigo de que os equipamentos militares alemães possam
contribuir para a violação dos direitos humanos e do direito internacional no
Iêmen".
As organizações também pedem
"a extensão da proibição às licenças de exportação já concedidas".
Ademais, foi expresso o desejo de que o governo federal se alinhe ao Parlamento
Europeu em apoiar "um embargo de armas contra toda a coalizão militar no
Iêmen, liderada pela Arábia Saudita".
"Falamos a uma só voz -
escrevem os signatários da carta - porque a cada dia, no Iêmen, os direitos
humanos e o direito internacional humanitário são pisados". E não só: o
preço desse conflito "é pago por milhões de crianças, mulheres e homens
cujos meios de subsistência foram destruídos: 24 milhões de pessoas dependem de
ajuda humanitária". Sem esquecer que grande parte da população iemenita,
incluindo 2 milhões de crianças com menos de 5 anos e 1 milhão de mulheres
grávidas, sofre de fome e desnutrição.
São palavras do Papa Francisco
no Angelus de
3 de fevereiro de 2019: "Acompanho com grande preocupação a crise
humanitária no Iêmen. A população está extenuada pelo longo conflito, e
numerosas crianças sofrem de fome, mas não se consegue aceder aos depósitos de
alimentos. Irmãos e irmãs, o brado destas crianças e dos seus pais sobe à
presença de Deus.
A Pax Christi
A Pax
Christi International nasceu na França em 1945, por iniciativa de
Mons. Thèas e M.me Dortel - Claudot. Os propósitos iniciais do movimento eram a
oração e a reconciliação. A primeira campanha organizada foi Pax
Christi in Regno Christi, com o objetivo de reconciliar franceses e alemães
após a Segunda Guerra Mundial.
No início dos anos 50, algumas
comunidades foram fundadas na Inglaterra, Bélgica, Holanda, Áustria e Suíça.
Pio XII realmente reconheceu o movimento em 1952, concedendo a ele sua bênção.
O cardeal francês Feltin foi seu primeiro presidente internacional e estruturou
o programa em três linhas principais: oração, estudo e ação.
Desde o final dos anos 50 e ao
longo dos anos 60, o movimento se espalhou pela Europa Ocidental, abrindo
seções nacionais na Irlanda, Espanha, Itália e Luxemburgo. Nestes anos, o
presidente foi o cardeal Alfrink.
A Encíclica Pacem
in Terris (1963), do Papa João XXIII, marcou um ponto de virada na
vida do movimento e se tornou sua nova "Carta" ideal. Na Encíclica, a
paz estava ligada à justiça e ao respeito pelos direitos humanos.
O Papa Paulo VI, na Populorum
Progressio (1967), vinculou à paz ao tema do desenvolvimento dos
povos. Esses documentos permitiram ao movimento estender seu leque de ações
também à justiça e à solidariedade. No início dos anos 70, o movimento chegou
aos EUA e à Austrália.
Atualmente, o movimento está presente nos cinco
continentes, possui seções em dezenove Estados, enquanto em outros sete existem
grupos associados e em dez, grupos afiliados
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