Covid-19: Frades Capuchinhos de Bérgamo
Covid-19:
Capuchinhos
Frades Capuchinhos de Bérgamo são luz ao lado
dos que morrem sozinhos
O capelão franciscano Frei Aquilino do Hospital São João XXIII de
Bérgamo está ao lado dos que morrem sozinhos, sem familiares e amigos. A sua
oração e a sua oferta diária na nossa entrevista
23 Março, 2020
Fr. Aquilo Apassiti | D.R. |
Chorar
com os que choram por um parente que morre, acompanhar espiritualmente os doentes
que estão deixando este mundo sem a presença e o conforto de parentes e amigos.
Os cinco frades do Hospital São João XXIII de Bérgamo são uma luz ao lado dos
que sofrem. Os frades capuchinhos estão dia a noite dando conforto aos que
estão morrendo em um hospital com 900 leitos.
Aqui
os profissionais da saúde estão em uma corrida contra o tempo para salvar a
vida dos doentes de Coronavírus. Quando entramos em contato com frei Aquilino
ele estava rezando o terço. Com 84 anos, há seis anos é a referência espiritual
para o Hospital. “Jamais poderia imaginar – conta o sacerdote – que pudesse
viver estes momentos tão dramáticos. Na hora da morte é fundamental a presença
humana, mas os doentes de Coronavírus morrem sozinhos. Esta doença proíbe a
presença de um familiar que possa segurar a mão quando estão indo para sempre.
Um médico me confessou que a coisa mais triste é ver um doente que tenta falar,
sozinho, sem amigos e sem a carícia de um familiar”.
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o pranto e a dor
A
voz animada de frei Aquilino se quebra quando recorda um telefonema que teve
que fazer alguns dias atrás para uma senhora comunicando a morte de seu marido.
“Liguei para ela do necrotério. O marido tinha sido internado há apenas quatro
dias por uma simples bronquite, e tinha morrido há pouco. Rezamos juntos pelo
telefone. Choramos juntos. Não pôde nem mesmo vir dar adeus ao seu marido”.
É
com tristeza que o frade capuchinho explica: “Nem sempre podemos rezar ao lado
de todos os que morrem, mas todos eles estão nas nossas orações. Não podemos
entrar em todos os lugares do hospital”. Porém onde é possível, com proteção
adequada, aventais médicos, luvas e máscaras os religiosos estão presentes.
Senhor,
ajudai estes heróis nos hospitais!
A
comunidade dos franciscanos é uma presença vital, um ponto de referência também
para médicos e enfermeiros: “O trabalho dos profissionais da saúde é admirável.
Estão constantemente sob pressão. Os enfermeiros – prossegue frei Aquilino –
pedem-me orações para que possam trabalhar com serenidade no coração. Correm
risco de contágio todos os dias. Eu rezo sempre por eles e por suas famílias:
“Senhor ajudai estes heróis para que sejam protegidos do contágio”.
Paolo Ondarza – Cidade do Vaticano
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