SÍRIA parem de matar crianças
SÍRIA crianças
Quase 5
milhões de crianças nasceram durante a guerra na Síria; 1 milhão nasceram como
refugiadas em países vizinhos
Mais de 9 mil crianças foram mortas
ou feridas no conflito, de acordo com dados verificados
15 março 2020 ONUNews
"A guerra na Síria assinala mais um marco vergonhoso", disse a
diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore, que esteve na Síria na semana
passada. "Quando o conflito entra no seu décimo ano, milhões de crianças
estão entrando na segunda década de vida, cercadas por guerra, violência, morte
e deslocamento. A necessidade de paz nunca foi tão urgente".
De acordo com dados verificados de 2014 – quando o monitoramento oficial
começou – até 2019:
Mais de 9 mil crianças foram mortas ou feridas no conflito; cerca de 5 mil
crianças – algumas com apenas 7 anos – foram recrutadas para a luta; quase mil
instalações médicas e de educação foram atacadas.
Como esses são apenas os números verificados, é provável que o verdadeiro
impacto dessa guerra nas crianças seja mais profundo.
"O contexto na Síria é um dos mais complexos do mundo. Infelizmente, a
violência e o conflito ativo continuam em vários locais, inclusive no noroeste,
com graves consequências para as crianças, enquanto em outras partes as
crianças estão se reconectando com parte de sua infância perdida, reconstruindo
lentamente sua vida", disse Ted Chaiban, diretor regional do UNICEF para o
Oriente Médio e Norte da África, que acompanhou a diretora executiva em sua
viagem à Síria. "É evidente, no entanto, que nove anos de combates brutais levaram o país à beira
do precipício. As famílias nos disseram que, em casos extremos, não tinham
escolha a não ser enviar suas crianças para o trabalho ou casar cedo suas
meninas. Nenhum pai ou mãe deve ser forçado a tomar essas decisões".
No noroeste da Síria, a escalada do conflito armado, combinada com as duras
condições do inverno e as temperaturas em declínio, no topo de uma crise
humanitária já terrível, causou um forte prejuízo a centenas de milhares de
crianças e famílias. Mais de 960 mil pessoas, incluindo mais de 575 mil
crianças, foram deslocadas desde 1º de dezembro de 2019.
No nordeste da Síria, pelo menos 28 mil crianças de mais de 60 países
continuam definhando em campos de deslocados, privados dos serviços mais
básicos. Apenas 765 crianças foram repatriadas para seus países de origem a
partir de janeiro deste ano.
Os impactos mais extensos de quase uma década de conflito incluem: duas em
cada cinco escolas não podem ser usadas porque estão destruídas, danificadas,
abrigando famílias deslocadas ou sendo usadas para fins militares; mais da
metade de todas as unidades de saúde não está em condições de funcionar; mais
de 2,8 milhões de crianças estão fora da escola na Síria e nos países vizinhos;
mais de dois terços das crianças com deficiência física ou mental necessitam de
serviços especializados indisponíveis em sua área;
Os preços dos itens básicos aumentaram 20 vezes desde o início da guerra.
"As partes em guerra e aqueles que as apoiam não conseguiram acabar
com o massacre na Síria", disse Fore. "Nossa mensagem é clara: parem de atingir escolas e hospitais. Parem
de matar e mutilar crianças. Concedam-nos o acesso cruzado e
transfronteiriço de que precisamos para alcançar os necessitados. Muitas
crianças já sofreram por muito tempo".
O UNICEF trabalha com uma ampla rede de parceiros na Síria e nos países
vizinhos para fornecer ajuda às crianças. Apenas no ano passado, o UNICEF
conseguiu alcançar: quase 750 mil crianças com imunização ou vacinação de
rotina contra o sarampo; mais de 1 milhão de crianças com apoio psicossocial; quase
3 milhões de crianças com educação formal e não formal; mais de 5,3 milhões de
pessoas com água potável por meio de melhorias nos sistemas de abastecimento de
água; quase 2 milhões de pessoas com instalações de água, saneamento e higiene
e serviços de saneamento.
Atualmente, o UNICEF precisa de US$ 682 milhões para manter esses programas
que salvam vidas.
"A única solução para a crise na Síria é por meios diplomáticos",
disse Chaiban. "A assistência humanitária não vai pôr fim à guerra – mas
ajudará a manter as crianças vivas. Contamos com o apoio generoso de nossos
doadores para continuar apoiando as crianças da Síria, apesar de todas as
outras crises que ocorrem na região e no mundo".
Comentários
Enviar um comentário