O EMPENHO DE TODOS
O EMPENHO de todos
Entrevista do Papa Francisco a
um jornal italiano: “Neste momento a consolação deve ser o empenho de todos”
18 Março, 2020 in JM
Assim
respondeu Francisco ao ser entrevistado
pelo vaticanista Paolo Rodari do jornal italiano Repubblica.
Ao
propor como viver estes dias difíceis o Papa disse: “Devemos reencontrar a
concretude das pequenas coisas, das pequenas atenções para com os que estão
perto de nós, familiares, amigos.
Entender
que o nosso tesouro encontra-se nas pequenas coisas. Há gestos mínimos, que se
perdem no anonimato da vida do dia-a-dia, gestos de ternura, de afeto, de
compaixão que todavia são decisivos, importantes.
Por
exemplo, um prato de comida, uma carícia, um abraço, um telefonema… são gestos
familiares de atenção aos detalhes do dia a dia que fazem com que a vida tenha um
sentido e que exista comunhão e comunicação entre nós”.
Gestos concretos em família
“Às
vezes – acrescentou Francisco – entre nós existe apenas uma comunicação
virtual. Ao invés, nesta situação, devemos descobrir uma nova proximidade. Uma
relação concreta feita de atenção e paciência. Muitas vezes as famílias fazem
as refeições juntas em casa em um grande silêncio, porque os pais olham
televisão e os filhos ficam no celular. Parecem um grupo de monges isolados um
do outro. Aqui não há comunicação; ao passo que escutar o que outro fala é
importante para que se compreendam as necessidades, dificuldades, desejos. Há
uma linguagem feita de gestos concretos que deve ser salvaguardada. Na minha
opinião a dor destes dias deve-se à falta desta concretude, destes gestos nas
famílias”.
Exemplos de concretude
O
Papa deu uma particular atenção aos trabalhadores da área da saúde, aos
voluntários e aos familiares das vítimas: “Agradeço os que se dedicam aos
outros deste modo. São um exemplo desta concretude. E peço que todos estejam
próximos dos que perderam seus familiares, tentando dar-lhes força em todos os
modos possíveis. Neste momento a consolação deve ser o empenho de todos”.
Francisco disse que ficou impressionado, a este propósito por um artigo
publicado recentemente pelo jornalista Fabio Fazio, em particular quando afirma
que “os nossos comportamentos influenciam sempre a vida dos outros”, citando o
exemplo dos que, não pagando impostos, fazem com que falte serviços de saúde.
Esperança e amor
Por
fim, Francisco convida todos à esperança, também aos que não creem: “Todos são
filhos de Deus e são cuidados por Ele. Mesmo os que ainda não encontraram Deus,
quem não tem o dom da fé, pode encontrar o caminho na esperança, nas coisas
boas em que acredita: pode encontrar a força no amor pelos próprios filhos,
pela família, pelos irmãos. Alguém pode dizer: “Não posso rezar porque não
creio”. Mas ao mesmo tempo, pode-se crer no amor das pessoas que tem ao seu
redor e ali encontrar esperança”.
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