PORTUGAL Discurso De Cavaco. Maioria Aplaude, Oposição Contesta

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Discurso De Cavaco. Maioria Aplaude, Oposição Contesta

entrevista com cavaco silva
10 Junho, 2015 17:45
Aníbal Cavaco Silva fez hoje o seu último discurso no 10 de Junho enquanto chefe de Estado, declarando que Portugal pode olhar o futuro com confiança, palavras elogiadas por PSD e CDS-PP mas que mereceram críticas da oposição.
O Presidente da República defendeu, em Lamego, que, “independentemente de quem governe”, Portugal pode olhar para o futuro com confiança se forem asseguradas orientações de política económica que permitam a concretização de quatro objetivos, nomeadamente o equilíbrio das contas públicas.
“Se, para além da estabilidade política e da governabilidade do país, forem asseguradas orientações de política económica que permitam a realização de quatro grandes objetivos, estou certo de que poderemos olhar o nosso futuro coletivo com confiança, independentemente de quem governe”, afirmou o chefe de Estado, Cavaco Silva, numa intervenção na sessão solene do 10 de Junho, que decorreu em Lamego, Viseu.
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, considerou que o discurso do Presidente da República na sessão solene comemorativa do Dia de Portugal foi um “reconhecimento justo” aos portugueses pela tenacidade demonstrada nos últimos anos, ao passo que o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, aplaudiu o discurso de Cavaco elogiando a intervenção de “esperança” de Cavaco Silva.
A oposição, todavia, não foi meiga para com as palavras do chefe de Estado: o PS, pelo líder parlamentar, Ferro Rodrigues, criticou o Presidente da República por ter tido “um discurso totalmente colado” ao do Governo, relativamente à crise e à sua evolução, com o deputado do PCP António Filipe a lançar farpas ao discurso “partidário” e de intervenção na campanha eleitoral feito pelo Presidente da República.
Na sua intervenção, Cavaco recusou “semear o desânimo e o pessimismo” quanto ao futuro do país, sublinhando que, apesar do longo caminho a percorrer, existem “fundadas razões” para encarar o futuro com mais otimismo.
“Da mesma forma que nunca vendi ilusões ou promessas falsas aos portugueses, digo claramente: não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo quanto ao futuro do nosso país. Deixo isso aos profissionais da descrença e aos profetas do miserabilismo”, disse o chefe de Estado.
Reconhecendo que ainda há “um longo caminho a percorrer”, Cavaco Silva considerou existirem hoje “razões fundadas” para se encarar o futuro com “mais otimismo e mais confiança”.
De tarde, o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas criticou, em Lisboa, o discurso do Presidente da República nas comemorações oficiais do 10 de junho, onde recusou estar presente, considerando que “não condiz com a realidade”.
“Quando, ao longo dos anos, e agora particularmente nesta fase final se consagram medidas que vêm afetar terrivelmente os combatentes do presente, não faria sentido nós estarmos numa cerimónia onde se fazem discursos piedosos e depois a realidade desmente essas palavras”, afirmou Pereira Cracel aos jornalistas, à margem do 22º Encontro Nacional de Homenagem aos Combatentes, que decorreu na capital portuguesa.
Após uma cerimónia milita tida de manhã deu-se em Lamego o arranque a sessão solene do 10 de Junho, que teve lugar no centro multiusos da cidade.
A cerimónia teve primeiro com uma intervenção da presidente da comissão organizadora das comemorações do Dia de Portugal, Elvira Fortunato, seguindo-se depois o discurso de Cavaco Silva.
A sessão solene terminou com a condecoração de mais de 40 personalidades, entre as quais o ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos e, a título póstumo, o antigo ministro da Ciência Mariano Gago, ao passo que o programa oficial das comemorações fechou com um almoço oferecido pelo presidente da Câmara Municipal de Lamego, na Quinta da Pacheca.
Mais de cem lesados do papel comercial vendido aos balcões do BES manifestaram-se à margem das festividades mas longe do local da cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

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