MEDITAÇÃO Jesus Cristo não se impõe, mas seduz por amor, por José Guedes *

MEDITAÇÃO
Jesus Cristo não se impõe, mas seduz por amor, por José Guedes *
Entre os Bembas na Zâmbia, há um provérbio que gostam de repetir: Ubufumu bucindika abene, ou seja O reino respeita os próprios (os donos). E com isso querem dizer que o rei não pode exigir respeito se ele não se respeita a si mesmo e não respeita os outros. Há um outro provérbio que se refere à situação contrária: Ubufumu busheta amenshi, ou seja O reino mastiga a água. Quando o rei pensa que nada lhe é impossível e que até a água consegue mastigar, ele não vai respeitar os direitos dos outros, e vai obrigar toda a gente a obedecer aos seus caprichos, tornando-se um tirano.
Vem isto a propósito da festa de Cristo Rei, celebrado pela Igreja como Rei do Universo, uma vez que todo o joelho se há-de dobrar diante dele e toda a língua há-de proclamar que “Jesus Cristo é o Senhor!, para glória de Deus Pai.” (Vil 2:11) No entanto, Jesus Cristo é completamente diferente dos reis da terra ou de qualquer Chefe de Estado. Ele não se impõe, dominando e espezinhando, mas seduzindo pelo amor. A comunidade dos que o seguem e que o reconhecem como rei tem somente uma lei: a lei do amor, e é por essa lei que seremos julgados dignos de pertencer à sua comunidade e de constituir o povo que o aceita como Senhor. Jesus afirma-se pelo serviço, não pelo domínio. Ele veio para servir e não para ser servido. Jesus serviu entregando a sua vida em resgate por muitos (Mc 10:45). Por isso, o seu trono é a cruz, e foi na cruz que ele foi proclamado Rei e Senhor. Parece uma contradição, algo que não faz sentido, mas é levantado na cruz que ele atrai a si todos aqueles que experimentam o seu amor (Jo 3:14; 12:32) “Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou o que sou e que nada faço por mim mesmo, mas falo destas coisas tal como o Pai me ensinou. E aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou só, porque faço sempre aquilo que lhe agrada.” (Jo 8:28-29)
É o amor de Cristo que nos liberta e nos restaura na nossa verdadeira dignidade humana, a dignidade de filhos de Deus. Por isso, no dia do julgamento, seremos reconhecidos como filhos de Deus, se a imagem de Cristo se mostrar em nós, porque fomos capazes de compaixão, de misericórdia e de amor, à maneira de Cristo. Ou então, seremos excluídos porque o nosso coração nunca se compadeceu daqueles que sofrem e nunca se esforçou por partilhar a sua dor, fazendo algo para a minorar.
“Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.” (Mt 25:34-36)  em 25.11.2017 no FACE

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