PROFETAS DISCRIMINAÇÃO ricos e pobres – O ESCÂNDALO! (comunidade de Corinto)


PROFETAS
DISCRIMINAÇÃO ricos e pobres – O ESCÂNDALO! (comunidade de Corinto)
O “status” da comunidade de Corinto… E ATÉ PROFETIZAVAM!
sábado, 24 de fevereiro de 2018
O “status” que era uma grande condição na vida dos cidadãos da cidade de Corinto. "quem come e bebe indignamente...com e bebe a própria condenação"

Em Corinto, os convertidos de Paulo aceitaram a novidade que ele pregava. Estavam cheios do espírito. Profetizavam. Recebiam revelações. Falavam em línguas. Cantavam lindos hinos. Seus eventos semanais eram encontros bastante barulhentos.
Porém, nem todos estavam satisfeitos. Os donos das casas em que estas reuniões aconteciam não aceitavam muito bem que os seus escravos começassem a fazer novas revelações, e até mulheres também profetizassem.
Começaram também divisões na ordem de frequentar os templos, porque os mais ricos mantinham suas obrigações sociais de aceitar convites para jantares nos templos de inúmeros deuses de Corinto. E escandalizavam muitos, que ficavam horrorizados: “isto é idolatria”. E começavam as divisões.
Aí Paulo escreveu uma Carta apelando para a concórdia entre eles. Porém, o que reinava na sociedade grega era uma ambição exagerada pela própria honra. Era uma sociedade muito estratificada, onde a honra e “status” andavam juntos. Pessoas ricas davam dinheiro para obras públicas e para terem o seu nome lá gravado.
E esse “status” era realmente importante para as pessoas que pertenciam às pequenas igrejas dos seguidores de Jesus em Corinto. Até que alguns deles tinham encontrado naquela coisa nova sobre a qual Paulo tinha pregado uma maneira nova de adquirir status, digamos como os pastores de certas igrejas hoje. 
Então eles diziam ”meu carisma é melhor que o seu carisma”;  “eu posso falar em línguas”; “seu patrão é Erastos? Bem, o meu é Apolo”; “Mas o meu é Paulo”. Eles estavam pegando a glória do Evangelho como uma maneira de ir mais adiante no mundo deles, onde o vencedor leva tudo.
Nos encontros para a Ceia do Senhor, estas tensões e diferenças continuavam entre os mais ricos e os mais pobres. Até que São Paulo teve aquelas palavras fortes, onde ele termina criticando as refeições, onde os mais abastados levavam lindos pratos para se saciarem, e discriminavam os fracos: “Porquanto, quando vocês de sentam à mesa, cada um se apressa a tomar a sua própria refeição; enquanto uns têm fome, outros se fartam. 
Porventura não tendes casa onde comer e beber? Ou desprezais a igreja de Deus e quereis envergonhar aqueles que nada têm?... (1 Cor.11,21-22). E daí parte para uma lição de unidade significada tanto pela refeição como pela eucaristia: “ Cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice; aquele que come e bebe sem distinguir o corpo do Senhor come e bebe a sua própria condenação”.
A respeito desta catequese de Paulo vejamos as lições do Papa Francisco no documento “A alegria do evangelho”: ‘ Nesta linha, convém levar muito a sério um texto bíblico que habitualmente é interpretado fora do seu contexto e de uma maneira muito geral, pelo qual é possível esquecer o seu sentido mais imediato e direto que é marcadamente social. Trata-se da primeira Carta aos Coríntios na qual São Paulo enfrenta situação vergonhosa da comunidade.
Nela algumas pessoas ricas tendiam a descriminar os pobres, e isto verificava-se no ágape que acompanhava a celebração da eucaristia: enquanto os ricos se deleitavam com seus manjares, os pobres olhavam e passavam fome. A eucaristia exige a integração no único corpo eclesial.
Quem se aproxima do corpo e do sangue de Cristo não pode ao mesmo tempo ofender aquele mesmo corpo fazendo divisões e discriminações escandalosas entre os seus membros. 
Na realidade, trata-se de “distinguir” o corpo do Senhor, de reconhecê-lo com fé e caridade, quer nos sinais sacramentais quer na comunidade. Caso contrário, come–se e bebe-se a própria condenação. 
Este texto bíblico é um sério aviso para as famílias que se fecham na própria comodidade e se isolam, de modo especial para as famílias que ficam indiferentes ao sofrimento das famílias pobres e mais necessitadas...Não se deve esquecer que a “mística” do sacramento tem um caráter social. 
Quando os comungantes se mostram relutantes em deixar-se impelir a um compromisso a favor dos pobres e atribulados, ou consentem diferentes formas de divisões, desprezo e injustiça, recebem indignamente a eucaristia” (A Alegria do Amor, 186).
Nas vias-sacras da Quaresma unimos a vida dos sofrimentos do povo com a via-sacra de Jesus nas Campanhas da Fraternidade. Justo é isso que falava a Carta sobre os banquetes, e que fala o Papa também. A refeição é sinal de união mas ali estava sendo de desunião. E se eu insisto numa coisa errada dessas, se diz que estou condenado ao fracasso.
Assim, aquelas refeições dos Coríntios, se eles não se corrigissem não significavam união e estavam condenadas ao fracasso, como refeição e como  como comunhão. Porquê? Porque comunhão significa união e não desunião.
Assim como muitas comunhões de hoje podem estar condenadas ao fracasso do que significam que é união e não desunião.
Terminando, podemos ver que essa catequese de São Paulo era dirigida contra o “status” que era uma grande condição na vida dos cidadãos da cidade de Corinto, e que continuava na desunião dos convertidos, nas suas refeições e nas suas comunhões.

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